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Itália Express e sua velocidade "expressa"

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Praça de alimentação de shopping. Só esta expressão já causa arrepios em muita gente. Filas, falta de mesas, barulho; tudo o que um gourmand não quer ter em sua refeição. Por outro lado, a praticidade, a velocidade dos pratos recebidos e os preços mais populares justificam a ida para alguma delas. É importante ressaltar que estamos falando do conceito clássico de praça de alimentação, não aqueles espaços gourmet cheios de frescuras e restaurantes do nível do Galeto´s, Outback, Almanara e outros. Estes sim, restaurantes dentro de shoppings, seguem à risca o mesmo que fazem em suas unidades de rua.

Existem duas máximas em praça de alimentação: Se ela está lotada e algum restaurante está vazio, não vá nele (tem algo errado), e, mais importante que isso (para guardar a vida toda): nunca, NUNCA vá em um restaurante que ofereça Torre de Chopp. Se precisam vender chopp de balde, realmente é porque não conseguem fazer nada direito para lucrar.

A época entre Natal e a virada do ano normalmente é uma das poucas épocas de paz no ABC. Pouco trânsito, pessoas viajando, enfim, um clima bem mais humano que o normal para sairmos de casa. E nesse clima, resolvi levar a Cá para conhecer o ParkShopping São Caetano, a mais nova empreitada do grupo Multiplan, praticamente a reinvenção do shopping Morumbi, só que em São Caetano do Sul, a cidade-ovo-de-codorna. Ledo engano que a paz das ruas se estendia para o “Mall” (como eles denominam). Caos, lotação em todos os cantos, gente mal-educada parando nas vagas reservadas (praticamente uma tradição no ABC) e praça de alimentação completamente tomada de gente. Dentre todas as lojas de sempre e algumas diferentes (viva! Temos frango do Kentucky perto de casa de novo!!!!), um acanhado restaurante italiano, com mesas dentro de sua área útil nos chamou a atenção: o Itália Express. De ambiente simpático, paredes com tijolinho à mostra e decoração simples, o local nos impressionou pelo cardápio curto, mas com opções muito variadas: pizzas, risotos, grelhados, saladas e panquecas. A Cá resolveu ir num PF chique, com filet mignon, fritas, arroz, feijão e salada, e eu optei por uma panqueca ao molho branco com arroz e fritas. A partir deste momento, acabam quaisquer chances de elogiar o lugar. Mais de 40 minutos de espera para chegarem pratos incompletos (faltando a salada), de aparência e realização extremamente simples (nada de mais), e em tamanho muito menor que o imaginado (pelo preço praticado). Não que os pratos estivessem ruins, mas pelo que gastamos, comeríamos melhor em qualquer padaria da região. Na cozinha e balcão, apenas uma garçonete trabalhava exaustivamente enquanto os outros pareciam não estar nem aí para a Hora do Brasil. Ela cobrava os pratos da cozinha, servia e tirava pedidos, brigava com as pessoas, mas não podia fazer milagre.
Terminados os pratos, a outra surpresa: uma mesa que chegou cerca de 10 minutos antes de sairmos, já estava sendo servida com pratos parecidíssimos com os nossos. Com isso, esperávamos, no mínimo, um pedido de desculpas da “dona” do lugar (uma senhora que estava tentando comandar o pessoal a partir do caixa), mas ela se manteve de cabeça baixa enquanto a garçonete, acanhada, pedia milhares de desculpas pela demora, justificando que o pessoal ainda está aprendendo. Só comentei que, se com casa vazia acontecia isso, não queria ve-los de casa cheia.
Um pouco antes de ir embora, a certeza de que o restaurante não é um lugar que valha a pena ir: o garçom começa a encher uma torre de chopp. Pronto! Era o que precisávamos para que o restaurante obedecesse os dois critérios mais relevantes da não-frequência. Sugestão: Se for ao ParkShopping, encare uma fila maior no McDonald´s, dispute uma mesa a tapa, fique na espera do Outback. Mas não tente ser esperto e ir no restaurante bonitinho italiano que está sempre vazio e serve torre de chopp. Há algo de muito errado com ele.

Sanduicheria Petrópolis - suculento hamburguer de... salmão?!

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Um dia desses uma amiga do Di postou “i´matsanduicheria Petrópolis”... mas que raio de lugar é esse?

Em se tratar de sanduicheria o Di está sempre antenado nas novidades. 2 minutos de pesquisa no Google e lá fomos nós “At sanduicheria Petrópolis”.

Este bairro de São Bernardo não tem nada de boêmio, mas aquele trecho acolhe alguns bares, restaurantes estranhos e agora a tal sanduicheria.

De fachada um pouco escondida e uma porta nada ampla, se entra na sanduicheria de logo tradicional dos anos 50. Porém o ambiente não tem nada de tradicional que se lembre uma hamburgueria. Cadeiras (pesadas) e mesas de madeira se distribuem pelo ambiente, não deixa de ser agradável, mas parece mais como um restaurante daqueles bem simples.



Ponto negativo é o Dvd que fica rolando na Tv... em nossas duas visitas o som estava em altura desconfortável e o gosto do Dvd duvidoso...

O atendimento é bastante gentil. Veja bem, gentil, não atencioso. Mesmo com a casa vazia as vezes era difícil chamar um garçom que acabava por se entreter em conversas na mesa de algum conhecido habituée.

Na primeira vez, pedi um dos mini lanches. Juro honestamente que não me lembro qual deles pedi. Alias, o cardápio não é muito extenso, mas digo que é na medida. Porém o tal do mini lanche é realmente mini, você fica um pouco chateado quando ele chega na mesa.

Já o Di pediu o hambúrguer de salmão, segundo ele: “Muito bem temperado e montado, um dos melhores hambúrgueres de peixe que já comi” - servido com cream cheese com limão siciliano (o limão passou meio longe), e ervas, shimeji e maionese, o lanche se mostrou correto, com as guarnições não fazendo jus ao saboroso salmão.

Na segunda vez, fugimos um pouco do tema: pedi uma salada acompanhada do Recheado Crocante. Um filé de frango empanado, recheado com catupiry, delicioso que só! (Também servido em versão sanduíche). A salada, muito bem servida e fresca. Dessa vez o Di pediu o sanduíche do GIJO, um lanche feito no pão francês, com provolone, vinagrete, maionese e a famosíssima linguiça calabresa de lombo do Gijo, casa na vila Mariana em SP que tem a auto-considerada melhor calabresa do mundo. Um lanche possível de ser feito em casa, de forma mais barata e mais ao seu gosto, mas não deixa de ser uma boa opção para um dia de preguiça de cozinhar.

Para nós, o ápice das duas visitas foi a generosa porção de fritas com cheddar e bacon. Diferentemente de outras lanchonetes que utilizam uma pasta, o cheddar é ralado por cima das fritas crocantes e quentinhas o que lhe confere um sabor todo especial. Nunca pedimos as onionrings, mas a porção também é superbonita.

Achamos o preço caro, não por não ser um local de qualidade, mas, por não ter os tais valores agregados, por exemplo, não é um local tão convidativo para se papear horas e horas.

Em nenhuma das visitas pedimos sobremesa e atente para os sucos naturais, um pouco aguados.

Em resumo, vale sim a visita, mas que seja despretensiosa e no meio da semana. De final de semana, se a opção for “sanduíche no ABC”, vá de The Burger Map

http://www.sanduicheriapetropolis.com.br/


Ps. Fotos by http://www.colheradacultural.com.br

The Burger Map - Os bons 'sanduiche' do ABC

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É mais do que público e notório que o ABC é praticamente um túmulo do samba. Nunca abre nada realmente inovador e bom ou, quando abre, tem sua sobrevida extremamente curta por conta do fraco público da região, que prefere ir pra São Paulo à aproveitar o que há de bom por aqui. Não são poucos os exemplos de boas casas que fecharam as portas ou mudaram seu estilo por conta da ignorância deste público. Mas, felizmente, uma lanchonete em Santo André tem invertido esta lógica, estando sempre lotada e com qualidade muito acima da média de casas da capital.

Trata-se do The Burger Map, uma casa especializada, como o próprio nome diz, em hamburgueres. Seus donos, a partir de um livro de George Motz (Hamburger America - custa Us$13,90 no Amazon e é diversão garantida!) fizeram uma expedição pelos EUA em busca dos mais tradicionais lanches americanos. Não estamos falando dos lanches do Rei ou do Palhaço; aqui a brincadeira vira séria, só lanches típicos de determinados estados ou regiões, nomes lendários pouco conhecidos aqui em terras tupiniquins.


Blue Ring Burger e Royal Pastrami Burger

Em pouco menos de um mês, fizemos duas visitas ao local; em cada uma acompanhados de um casal diferente de amigos, mas o ritual foi praticamente o mesmo: batatas fritas de entrada, lanches e uma sobremesa (sempre com um suco à mão). Na primeira visita, optamos pelas Waffle Fries, batatas em rodelas cortadas à moda dos waffles americanos. Sequinhas, crocantes e bem acompanhadas por um "fry sauce". Aí vem a hora do show. Chegam à mesa os quatro lanches pedidos: dois Blue Ring Burger, um suculento hamburger no ponto coberto com uma camada de bacon, uma rodela espessa de cebola empanada e, dentro dela, gorgonzola picado. Muito bom, uma combinação ótima, mas com o bacon um pouco passado demais. O mesmo aconteceu com o Fatty Melt Burger, inusitada combinação de hamburguer, queijo tipo Monterrey Jack, bacon (um pouco passado) entre dois queijos quentes (sim, você leu direito, um lanche entre dois!); um pequeno monstro no cardápio, ao vivo, um sanduíche muito simpático; e finalizando, um Cheeseburger Bacon N’ Cheddar: correto como todo hamburguer mais simples deve ser. Todas as sobremesas, nesta primeira visita, estavam ótimas: dois Cookie Sandwich, como o próprio nome diz, uma mega-bola de sorvete de creme entre dois cookies; um Grandma’s Carrot Cake: bolo de cenoura feito como nos EUA (esqueça aquele bolo amarelinho com cobertura de chocolate. Aqui a coisa é bem diferente – e tão boa quanto!), e o Black n’ White Brownie: uma verdadeira perdição para os amantes de chocolate.


Fatty Melt Burger e ao fundo Cheeseburger Bacon N’ Cheddar


Sobremesas

Após duas semanas, voltamos lá com outro casal de amigos, mesmo roteiro, aí a casa mostrou seu primeiro defeito: a falta de produtos. Pedimos de entrada a Waffle Fries, que não haviam em estoque, mas prontamente , o garçom nos ofereceu uma opção não existente no cardápio: as Country Fries (batatas cortadas em “meia lua” e fritas com casca), mas decidimos mudar o pedido para as clássicas French Fries. Entradas e bebidas pedidas, hora da diversão novamente: e, dessa vez, quase chegamos ao desafio supremo da casa: o The Burger Map Mountain, um colosso de 1,3kg, formado pela junção de 3 lanches da casa, mais uma porção de french fries com cheddar e bacon. Um monstro que tem de ser consumido em 30 minutos por apenas 1 pessoa, para que você ganhe uma foto na parede da fama e uma camiseta (se bater o recorde de tempo – que atualmente é de 17 minutos – você também não paga os salgados R$ 79,90 pelo lanche); Caso não consiga comer neste tempo, seu nome e imagem serão eternizados na parede da vergonha. Como não tínhamos pressa, e ficamos com medo de parar na parede errada, decidimos por lanches de tamanho normal. Mais uma vez, o Fatty Melt deu às caras, acompanhado por um Butter Burger (lanche servido com queijo tipo Monterrey Jack e uma espessa camada de manteiga), um Royal Pastrami Burger (com pastrami, cheddar, alface e o mesmo molho das french fries – o fry sauce), e um California Bacon (uma ótima combinação de hamburger, guacamole e bacon, com sour cream – no ponto! – à parte). Passados os lanches, vem o segundo defeito da noite: das 4 sobremesas pedidas, duas já eram conhecidas (o Grandma’s Carrot Cake e o Black N’White Brownie) e vieram no corretíssimo padrão de antes, mas as outras duas novidades, incostantes. Uma Apple Pie muito boa chega à mesa, dando a impressão de que todas as sobremesas seriam do mesmo nível da visita anterior.


Butter Burger


Fatty Melt e um California Bacon

Talvez o maior erro do cardápio tenha sido a outra sobremesa solicitada: o Luana’s Cheesecake.

Uma torta relativamente insossa, de tamanho pequeno (ainda mais se for pensar no tamanho superlativo das opções do cardápio). Terminadas as sobremesas, o sempre bom café da fazenda Pessegueiro fecha a experiência da noite, que nos ensina: o Burger Map é uma ótima lanchonete, com um conceito inovador, uma casa que pode durar muitos anos (se não cair na tentação de ficar na mesmice) com lotação em todas as noites (que é o que tem ocorrido), mas que precisa dar uma corrigida nas suas finalizações, para que toda a experiência não vá para o ralo por causa de uma sobremesa inferior ao cardápio.

http://www.theburgermap.com.br/

D.

Histórias da Culinária Brasileira - Os Velmont e a Coxinha

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Hoje é dia de postar algo diferente. Como minha amadíssima chef e blogueira disse em um post anterior, o Criticozinha não é, originalmente, um blog para falar mal (ou bem) de restaurantes e casas do gênero. É um espaço para falar sobre todo tipo de incursão gastronômica, inclusive - por que não? - a histórica.
Lendo uma matéria sobre um diálogo que ocorrerá na novela das 21h da Globo (que estava na capa de um grande portal - e, sim, quando acho alguma coisa interessante sobre qualquer tema, leio, afinal, como diria meu finado mestre Mário Chamie: repertório é tudo!), dois personagens discorrerão sobre a história da maior iguaria salgada do mundo, a verdadeira refeição completa, equilibrada na quantidade de carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas, minerais e tantas outras coisas: a coxinha!



Lendo este texto, me veio a idéia de resgatar algumas histórias de alimentos tão consumidos no nosso dia a dia, mas que nem todo mundo sabe que são 100% brasileiros e como foram criados. Para começar, claro, vossa majestade, a Coxinha!
Tudo teve início no século XIX, com uma senhora chamada Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbon. Comprido o nome? Então vamos encurtar para sua alcunha mais famosa: a Princesa Isabel. Aí você se pergunta: o que nossa última princesa imperial, primeira senadora da história do Brasil e conhecida como "a Redentora" por conta da lei Áurea tem a ver com nossa querida coxinha? Efetivamente, nada! Mas duas pessoas muito ligadas à ela são as responsáveis pela criação da iguaria: seu filho e uma cozinheira de sua casa.
A Princesa Isabel teve 4 filhos: uma morta ao nascer, Luiza, e outros três filhos homens. Reza a lenda que um deles era considerado deficiente mental, e que vivia afastado da sociedade em uma fazenda em Limeira, chamada Morro Azul. Vivendo isolado, apenas com o contato com a criadagem da casa, o menino adquiriu uma grande predileção por carne de galinha, sendo sempre necessário ter no seu prato uma coxa de galinha ou o peito desta. Ao notar que não havia carne o suficiente para servir durante uma refeição, e preocupada com o escândalo que o menino poderia fazer, uma cozinheira da casa resolveu desfiar toda a carne da única galinha disponível e transformar, de alguma forma, toda a galinha em "coxas".
Disso, nasce o conhecidíssimo formato da coxinha, e sua receita original. A criança gostou tanto que o salgadinho passou a ser obrigatório em todas as suas refeições. Ao visitar a criança, a então Imperatriz Tereza Cristina, observando o prazer com que o menino degustava a iguaria, resolveu experimentar uma, e gostou tanto que solicitou a receita para ser fornecida para o Mestre da Cozinha Imperial, e aprovou a receita para servir aos seus convidados, sempre que o Mestre achasse conveniente.
Mas, além da coxinha, outras tantas iguarias foram criadas aqui no Brasil e nem todo mundo sabe, por exemplo:


- Brigadeiro: originalmente chamado (e ainda conhecido) no Rio Grande do Sul como Negrinho, o brigadeiro surgiu em uma campanha eleitoral. Durante a primeira metade do século, era muito comum que as eleitoras simpatizantes dos candidatos trocassem docinhos por donativos de campanha. Em uma eleição entre Eurico Gaspar Dutra, candidato do PSD e do PTB, e o Brigadeiro Eduardo Gomes (um dos heróis do episódio dos “18 do forte”, e que se apresentava como o "brigadeiro que é bonito e solteiro”), pela UDN. Uma senhora de Minas Gerais, diz a lenda, fez os primeiros docinhos “negrinhos” e oferecido ao candidato “os docinhos preferidos do brigadeiro”. Mais tarde, o nome foi simplificado.

- Pé de Moleque: outro doce tipicamente brasileiro, feito da mistura do amendoim torrado com a rapadura de cana de açúcar, tem como expoente a produção na cidade de Piranguinho, conhecida como a capital mundial do pé de moleque. Como curiosidade, não existe uma versão oficial para o nome dele, sendo duas as lendas mais conhecidas: a primeira, é que o doce ficava da cor dos pés calejados das crianças que brincavam o dia inteiro descalças na rua. Outra, mais conhecida, remete o nome às cozinheiras que produziam o doce em Piranguinho, que cansadas de verem a meninada roubar o doce da janela enquanto estava esfriando, gritavam para eles “Pede, moleque!”.

- Feijão Tropeiro:Uma das mais clássicas receitas da culinária mineira, o feijão tropeiro (a mistura entre farinha de mandioca, feijão, torresmo, linguiça, alho, ovos, cebola e outros temperos) nasceu pela necessidade dos tropeiros (os homens que transportavam cargas em lombos de burros ou tropas de cavalos - daí o nome “tropeiro”), que cortavam o estado de MG com diversos produtos ou conduzindo gado, por uma refeição que fosse fácil de fazer, pudesse ser carregada com eles e gerasse energia o suficiente para grandes caminhadas. Com uma refeição amplamente calórica, eles conseguiam ficar mais tempo rodando pelo estado sem precisar fazer paradas.

Pratos para todas as classes e todos os fins, receitas criadas e executadas com simplicidade ou grande complexidade. Nossa culinária talvez seja tão ou mais rica e vasta em opções quanto qualquer outro país do mundo. Isso é um das coisas boas do Brasil. Continuaremos a desvendar pratos típicos da culinária brasileira, de sua cultura regional ou sucessos nacionais como a santa, sagrada - e imperial - Coxinha!), em outros posts.

Até lá, bom apetite e divirtam-se!

D.

Caldos prontos e suas peculiaridades

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Eu e o Di, modestia a parte, somos bons gourmets e bons gourmands... e como tal, nas nossas viagens pelo Brasil e mundo a fora, uma coisa que não pode nos faltar para que ela seja perfeita é uma boa ida ao mercado.

E não estou falando daquela coisa de quem vem para SP... "A grande ida ao mercado municipal", não, estou falando dos clássicos, walmart, disco, carrefour ou qqr coisa que o valha.
Claro, há lugares que uma ida ao Mercadão local é indispensável, como em Santiago, no Chile, para comer a maravilhosa centolla... mas hj o post é sobre algo muito mais industrial, os tais cubinhos de caldo pronto.

Para quem se interessa em conhecer a cultura local, muito alem do que um roteiro turistico pode oferecer, nao imagina como esses cubinhos contam gostos e costumes.

Brasil - hoje nas gondolas encontramos inumeros sabores, alguns, até um pouco bizarros. Dos tradicionais carne, legumes e galinha evoluimos para os sabores: linguiça, bacon, costelinha, carne seca, feijoada, galinha caipira com coentro, cebola e alho (na versão "meu arroz"), bacon com louro (versão meu feijão), frango com shoyu, carne assada, frango com ervas, picanha, frango assado, costela e por ai vai... A maioria eu me questiono lamuriosa: Prá quêeeeee???

Honestamente, quem faz qualquer coisa que não seja uma picanha, sabor picanha?! Arroz sabor picanha? Peito de frango sabor picanha? Picanha com caldo de picanha?! Duvido muito...

E alguém distingue, num refogado: "huum, delicia, usaram caldo de bacon" ou "huum, usaram caldinho de carne seca".... Nãaaaoooo (num tom quase choroso).

Ok, dou o braço a torcer porque uns são excelentes, vc realmente sente o sabor, é o caso do galinha com coentro e colorau...... mas, p/ que ter: galinha, frango com shoyu, frango assado?! Não entendo, mas estão aí...

Outra coisa que definitivamente... porque a linha de temperos regionais foi limitada?... O caldo de peixe, leite de coco e coentro era divino! Um prato cheio para quem gosta de uma moqueca com leite de coco bem pronunciado (meu caso). Ok, não tive oportunidade de ir à um mercado no nordeste (a ultima cidade que fomos, no máximo tinha uma mercearia montada por paulistas), talvez lá se encontre esse tipo de caldo, mas por que um país com um litoral tão enorme não tenha mais caldos "maritimos"?



Oooouuuu, qual a dificuldade de se criar caldos obvios? Ok, ja chegaremos lá.

Argentina - Aaahhh como amamos esse lugar, de Buenos Aires à Ushuaia, é meu lugar no mundo até o momento...
Lá, claro, mercados não podiam faltar no passeio! Tem os caldos "tradicionais" e a nossa vista, não tão tradicionais como: abobora com milho, alho poró com manjericão, ervilhas com alho poró, tomate com queijo, evas finas, etc.

Chile - nada para trazer na mala... caldo de frango com 2 cubos, 4 cubos, 6 cubos, 12 cubos.... idem para carne e legumes.

Uruguai - Esse ainda não conheço, mas em diversas visitas, o Di também passou em mercados e trouxe caldos excelentes: tomate seco e queijo, quatro queijos, bacon com cebola, criollo (tomate, cebola, pimentão), ervas finas, cogumelos, azeitona e manjericão, creme e verdeo (um tipo de cebolinha), tuco clasico (molho de tomate clássico), provençal, alho e manjericão, etc, etc.

SÓDIO - E a pergunta que não quer calar: Por que no Brasil os cubos são bombas hipertensas?! O que hoje aqui é vendido como linha "saudável" se compara aos cubos normais dos nossos vizinhos... e lá, a linha "saudable" não contem sal. Como comparativo, um cubo tradicional no Brasil tem 1998mg Sódio, o que equivale a 84% do recomendado por dia, nos outros paises, no mesmo cubo, encontramos 1258mg de Sódio, em média(52% do valor diario recomendado). Tudo bem, qdo diluimos 1 ou 2 cubos numa panela, esse valor acaba sendo diluido tambem, mas já que há a possibilidade, por que não nos oferecer um produto mais adequado?!



SABORES OBVIOS - Depois de conhecer os caldos Uruguaios, passei a me questionar, como dito acima (isso se vc teve paciencia de chegar até aqui). Ok, o Brasil consome picanha, costelinha, bla bla bla, mas e os sabores obvios?! Por que não lançam um sabor "refogado" ou bacon com cebola/alho, manjericão?!?! Mas de todos, por que raios não lançam um sabor quatro queijos por aqui?! Já está mais que comprovado que brasileiro se derrete por esse sabor, é pizza, é molho, é fondue... e cadê o caldo?! Gente, vocês não fazem a menor ideia de como um creme branco ou um pure ficam irresistiveis com esse caldo!

Regalo de viagem, caldos - Saí distribuindo para as amigas, com parcimonia! rs.

Curitiba e a nossa versão do Kopi Luwak

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Sou declaradamente apaixonado por Curitiba. O clima, o povo, a cultura... uma cidade que tem um bairro chamado Santa Felicidade não tem como ser uma cidade ruim!
E foi nesta cidade maravilhosa (o Rio que me desculpe, mas Curitiba é mais legal), que conseguimos enfim experimentar um pedaço do Espírito Santo, mais precismente, de sua região montanhosa, que tem alcançado fama internacional por causa de algo, no mínimo, inusitado.

Quem assistiu o filme "Antes de partir", com Jack Nicholson e Morgan Freeman, viu que o personagem interpretado por Nicholson é aficcionado por um café chamado Kopi Luwak, o mais caro e mais raro do mundo, que, conforme Freeman descobre ao fim do filme, é processado a partir das fezes de um felino da Sumatra, que dá nome ao café. E você se pergunta: o que Curitiba, o Espírito Santo e eu tenho a ver com isso? Estamos chegando lá.

Na região da Pedra Azul, área montanhosa do Espírito Santo, uma descoberta na fazenda Camocim criou a nossa versão do Kopi Luwak: o Jacu Bird Coffee. Apesar de serem animais completamente diferentes, com processos digestivos tão díspares quanto uma ave e um mamífero poderiam ter, o felino da Sumatra e o pássaro brasileiro tem duas coisas em comum: adoram comer as cerejas (fruto in natura) do café e defecam estes de maneira separada das fezes comuns, parecendo um "pé de moleque" meio trash. A partir disso, os grãos são recolhidos manualmente, passam por secagem, limpeza e torrefação para chegarem ao mercado com altíssimos preços (O Kopi Luwak custa 1200 DOLARES o kg, e o Jacu, 300 reais o kg em média).



Voltando à Curitiba. Estava fazendo um city tour para mostrar à Cá as belezas da cidade que tanto gosto e passamos pela Ópera de Arame. Neste lugar (lindo, aliás), criado por Domingos Bongestabs, de estrutura tubular e revestimento de policarbonato transparente, existe um simpático e acanhado café em seu subsolo, o Café da Ópera. Paramos com a intenção de comprar uma água apenas, pois estávamos rodando há um bom tempo, quando vimos no cardápio a verdadeira iguaria dos cafés nacionais: o Jacu Bird. Ao preço de 10 reais a xícara de espresso (muito bem tirado, aliás), resolvemos experimentar para ver o que o tal de Jacu tem a mais que os outros? Provavelmente o melhor café que já experimentei, só isso!

Antes de mais nada, é necessário vencer o preconceito sobre a origem do café. As pessoas torcem o nariz quando ouvem em como ele é criado, mas lembrem-se de um detalhe importante: a maior parte dos alimentos vegetais que você consome utiliza adubo animal, ou seja, excrementos fecais de diversos animais, para conseguir um melhor desenvolvimento da planta e, consequentemente, mais sabor aos seus frutos, folhas ou sementes. Partindo desse princípio, pense que o Jacu Bird é simplesmente um café adubado, e o Jacu, o trator que distribui o adubo pela plantação, certo?
Mas, vamos à prova: o Jacu Bird é um café encorpado, mas suave. Extremamente equilibrado, não tem acidez acentuada nem amargor, deixando um resíduo adocicado na boca. Preparando-o como um espresso, a forma que experimentamos, tem crema espessa e persistente, em uma diferença enorme para a maioria dos grãos que estamos acostumados a comprar por aí ou aos cafés que pedimos em diferentes estabelecimentos. O preparo do café é muito importante, então, se você for comprar para utilizar em casa, informe-se sobre a melhor maneira de prepará-lo, correndo o risco, se não pesquisar antes, de fazer um café extremamente fraco (já que o Jacu Bird é um café mais delicado por natureza).



Depois de degustar o café (até para nào estragar o gosto bom que ele deixou na boca), o negócio foi pedir a conta e continuar feliz o tour por Curitiba e suas maravilhas (inclusive o Madalosso, que a Cá já escreveu a respeito), e que venha o café do felino da Sumatra!

Creme Bruleè de erva cidreira

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Essa receita de creme bruleé é fácil, fácil e passa pelo crivo do meu professor de confeitaria, então, é sucesso na certa!



Rende 04 porções

Você irá precisar de: 04 ramequins médios, batedeira, panela, forma de bolo, maçarico culinário ou colher com cabo de plástico.

Ingredientes
- 400ml de creme de leite fresco
- 04 gemas
- 60gr de açucar
- 05 sachês de chá de erva cidreira, ou outro de sua preferência. (caso queira fazer o creme brulee tradicional, substitua o chá por gotas de essência de baunilha ou 1 fava de baunilha fresca)

Preparo
Em uma panela, colocar o creme de leite e os saches de chá e levar para ferver. Assim que começar a ferver, desligue o fogo e tampe a panela por 5 minutos. (Caso esteja fazendo com baunilha, ferva o creme de leite sem a essencia). Enquanto isso, bata o açúcar com as gemas até obter uma mistura esbranquiçada (se estiver usando essência, coloque as gotas nessa mistura). Sem parar de bater, para que as gemas não cozinhem, acrescente o creme de leite peneirado à mistura de ovos e açucar. Bata até ficar bem misturado.
Distribua a mistura em ramequins, tomando cuidado para nao enche-los de espuma. Coloque os potinhos dentro da forma de bolo e coloque água dentro dela, até alcançar a metade da altura dos ramequins. Leve ao forno (200ºC) por mais ou menos 2hr, ou até que o creme esteja firme

Servir
Sirva bem gelado, polvilhado com açúcar que deverá ser caramelizado com ajuda de um maçarico. Caso não tenha maçarico, esquente bem as costas de uma colher e passe próximo do açucar, até que se forme uma casquinha.

Voilá!

Torta de microondas: para quem mora só ou está com preguiça de cozinhar

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Desde o inicio a ideia deste blog era, alem de criticar (bem ou mal) as receitas e pratos alheios, trazer soluções do tipo "faça você mesmo".

Por motivos alheios a minha vontade, as receitas somente começaram a aparecer timidamente nos ultimos posts, como o brigadeiro gourmet e o umami burguer, mas a idéia era desde sempre, postar boas receitas aqui, ou seja, receitas já previamente "criticadas", testadas e aprovadas.

Sexta passada fiz para jantar ovos poche com torradas gratinadas com queijo, postei a foto no Facebook e uma amiga brincando comentou que o jantar dela tinha sido sardinha enlatada com cogumelos. Então respondi que iria pensar numa receita bacana e prática com esses ingredientes para passar para ela.

E foi aí que pesquisei e testei algumas receitas e hoje, posto aqui, uma receita, testada e positivamente criticada!


Torta de microondas

Ingredientes
- 1 lata de sardinha (ou atum, ou frango desfiado, ou salsicha picada)
- 2 colheres de sopa de champignon fatiado (ou milho, ou ervilha)
- 1 colher de sopa de tomate picado
- 1 colher de sopa de cebola picada
- 2 colheres de sopa de óleo
- 1 colher de sopa de azeite
- 1 ovo
- 4 colheres de sopa (rasas) de farinha de trigo
- sal/pimenta a gosto
- 1 colher de sopa de fermento em pó
- cheiro verde e parmesão ralado a gosto

Modo de preparo
Em um recipiente misturar bem a sardinha, o champignon, o tomate, a cebola. Acrescentar o óleo e o azeite, o ovo e a farinha e o sal. Por ultimo colocar o fermento e o cheiro verde; misturar bem. Colocar em um ou dois recipientes que possam ser levados ao microondas, polvilhar com queijo parmesão. Assar por 5 minutos em potencia alta.

Nos potinhos que tenho em casa, essa receita rendeu 2 porções. As tortinhas ficaram fofinhas e bem saborosas. Eis o resultado!



Delícia!

O colosso Madalosso

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No final de semana retrasado, estive com o Di em Curitiba/PR.

Eu não conhecia a cidade, mas sempre ouvi o Di ressaltar todos os lampejos de civilidade do local (meus pais foram, gostaram, mas ficaram na opinião “OK”).

Aí , um belo dia vi uma promoção legal de passagem aérea e resolvi comprar. Então fomos... e agora, que todos já sabem como fomos parar lá, vamos pular ao que interessa!

Sábado, depois de sair cedo e já ter passado por alguns pontos turísticos da cidade (o Di conhece Curitiba na palma da mão) fomos almoçar no famosíssimo bairro Santa Felicidade, bairro este, que recebeu muita influencia italiana como é fácil perceber. Vai e volta na rua do “burburinho” do bairro, quando decidi por nós: “vamos almoçar naquele restaurante grandão”.

E não era porque ele era visivelmente enorme, já sabíamos da fama do Madalosso.

Diz-se que a cozinha do restaurante fica por conta da também proprietária do restaurante, Dona Flora Madalosso, que comanda 70 cozinheiras! Não sei se o Madalosso chega a lotar (acredito que em festas de fim de ano, sim), mas de qualquer forma o restaurante conta com 4645 lugares, o que lhe confere o titulo de segundo maior restaurante do mundo e o primeiro nas Américas (como consta em seu site).



Hoje, creio que o Madalosso caiu para terceiro maior do mundo, perdendo em quantidade de lugares para o Damascus Gate na Siria – que deve estar fechado por motivos obvios – (6 mil lugares) e o antigo dono do posto de maior do mundo, um restaurante na Tailândia com capacidade para 5 mil pessoas.

Vale dizer que para confirmar o recorde, representantes do Guinness exigem que o restaurante tenha capacidade para servir todas as mesas simultaneamente, ou seja, assim como os outros, a cozinha do Madalosso (que infelizmente não tive tempo de conhecer), deve ferver! (http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL589462-5602,00-RESTAURANTE+SIRIO+PARA+MIL+PESSOAS+ENTRA+NO+GUINNESS.html)

Em principio tudo foi meio confuso, sentamos em uma das centenas de mesas de um dos salões e já fomos questionados do que iríamos tomar... Bom, tudo bem, então ficamos esperando o cardápio... que não veio. No lugar dele veio uma porção de frango a passarinho, uma porção de frango ao alho e óleo, salada verde, arroz tipo “risoto”, salada de maionese, polenta frita e miúdos de frango. Aí que ficamos mais em duvida ainda... o que era tudo aquilo?!



Aí entrou a tática de quem não sabe comer escargot: deixe alguém começar primeiro e observe. Rapidamente percebemos que aquilo era o “couvert” enquanto as massas vinham em esquema de rodízio. E vinham rápido! Espaguete a bolonhesa e ao alho e óleo, nhoque bolonhesa e um divino nhoque de rúcula com tomate seco, lasanhas de todos os tipos, penne, mais frango (prensado), caneloni, rondeli...



A polenta ainda prefiro aqui da rota do Frango com Polenta de São Bernardo, mas o frango... hum... crocante por fora e bem úmido por dentro. Uma delicia!
As massas estavam todas ótimas (pelo menos as que eu provei), mas nada assim, do tipo inesquecível, com exceção ao nhoque de rúcula com tomate seco, gente, como aquilo estava bom!

Tanto estava que foi a primeira providencia ao chegar em casa na volta da viagem: reproduzir a receita.
Apesar do tamanho gigantesco e de lugares que foram sendo tomados rapidamente, o Madalosso conta com um atendimento atencioso, espontâneo e cuidadoso. “Fez bom proveito?”. Sim, fizemos muito bom proveito!

Como agora sou uma menina comportada em rodizios, sobrou espaço para a sobremesa... ainda bem! Pedi o cardápio e veio uma seleção de poucos e bons, com duvida escolhi profiterole e olha o que vem:



Uma carolina gigante, recheada com sorvete de creme com uma calda de chocolate muito boa! O chantilly um pouco além do ponto e com gosto de gordura hidrogenada.

A conta? Para duas pessoas, com bebida e sobremesa, menos de R$ 90,00!!!

Saldo - come-se muito bem, diverte-se com a simpatia dos garçons (e festas de casamento em pleno restaurante) e gasta-se pouco, especialmente se comparado aos restaurantes de SP, que perto do Madalosso, não passam de brincadeira de casinha.

Recomendo a visita!

"Era uma vez um Chalezinho"...

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Com essas mudanças malucas e repentinas de clima aqui em SP, a gente já não sabe mais que linha seguir: comidas quentinhas e gordinhas ou light/insossas/refrescantes...



E foi num repente desses de frio que eu e o Di resolvemos usar nosso voucher para o “Era uma vez um chalezinho”. O Di já foi lá diversas vezes, eu havia ido em outra oportunidade (com o Di)... então, qdo vimos o voucher, compramos, porque esse, vou logo avisando, é um lugar para quem está a fim de gastar bem mais de R$ 100,00/pessoa.

Fomos numa terça feira, fria, precedida por dias de calor absurdo, e na hora em que chegamos, por volta das 19h30, o Chalezinho ainda estava relativamente vazio. Mas, passados poucos minutos, o que mais se via eram casais jovens chegando com o voucher na mão. Até aí, nem ligo, aliás, #fato, você sabe que o casal já tem algum tempo junto, quando sai para jantar usando algum cupom de compra coletiva.



Logo na entrada, sem tempo de respirar você já é questionado “Pretendem consumir alguma fondue de carne ou fritura?”... Tipo... Oi? Para quem não conhece a casa, fica difícil de responder sem antes passear pelo cardápio.

É um ponto positivo, pois assim, quem optou pelas fondues com fritura, não defuma quem escolheu outros tipos. Se você disse na entrada que vai comer alguma dessas fondues fritas, é levado para uma área especifica e externa (apenas com uma cobertura, mas devidamente aquecida), porém, se você decidir por outra fondue, será mudado de lugar. Ponto negativo: caso a casa encha nesse meio tempo que você mudou de opinião, ficará na espera.

Bom, o voucher não dava direito às fondues de fritura e, honestamente, para comer cubinhos de carne fritos... comemos em casa. Então logo escolhemos nosso lugar, o mesmo que sentamos antes de começar a namorar (óóóó).

Logo,colocaram na nossa mesa uma burrata. Uma delicia, se não fosse uma enganação: já estamos mais do que acostumados a receber o couvert sem solicitar, mas foi o primeiro restaurante que trouxe uma entrada sem explicar ou anunciar o que era. Tudo bem que o valor de 2 couvert daria o preço da burrata, mas.... colocar na mesa do cliente algo que ele não pediu, sem explicação, induzindo ao erro de interpretação, achando que era couvert? Ponto negativo, enorme! Mas, como adoramos burrata (aquele queijo redondinho que quando se corta, o meio tem consistência de requeijão) e só percebemos que aquilo era uma entrada não solicitada, e não um couvert depois de começarmos a consumi-la, ficamos com ela...mas a burrata da pizzaria Braz é mais saborosa, de longe!

Uma observação interessante: todas as mesas que utilizavam o voucher, recebiam a burrata sem qualquer explicação (ou burrada para quem aceitava), enquanto as outras recebiam o couvert corriqueiro da casa.



Depois de uma pequena espera, enfim chega à mesa a nossa escolhida fondue “Chalezinho” (emmental, gruyère e estepe). Deliciosa, quentinha, borbulhante, acompanhada de um cestinho de pães, bem pobrinho, mas completamente explicável do ponto de vista comercial: afinal, acompanhamentos à parte, valor também a parte (muitos tipos de acompanhamentos – de cubos de carne à salsichas variam de R$ 14,60 à R$ 62,00 a porção). Fato, a fondue é maravilhosa, envolve o pãozinho perfeitamente, é densa e saborosa, sem ser enjoativoa; queijo na medida certa!



Para sobremesa, depois de muita duvida, escolhemos a fondue ‘Alfajor’. A panelinha que vem é pequenininha, como bons gordinhos logo pensamos “iiiiiiii”, mas, não se assuste, a quantidade é mais que suficiente. Essa sem duvida está no top das fondues doces que já comemos! Doce de leite semi misturado a um ganache de chocolate, acompanhando frutas, biju, biscoitos, alfajor. Cremosa ao extremo, com sabor de Argentina!



Sim, é um lugar que vale a pena conhecer, apesar de extremamente caro para o produto, não que devesse ser “popular”, como o Hannover, mas, os preços poderiam sim ser ajustados. Também prepare-se para gastar com serviço de manobrista, porque só por uma luz divina você irá achar vaga na rua... o que também não recomendo, as ruas são todas residenciais e “escurinhas”, típicas do Morumbi, aí chega na porta do restaurante você vê um cartaz chamando os moradores para a passeata pela paz no bairro, hum.......... mesmo parado na rua, o vallet tem seguro! Quer criar um clima romântico? O Chalezinho é uma grande opção. Quer encontrar os amigos ou se empanturrar em fondue sem se preocupar em ter um gasto astronômico? Vá de Hannover, sem sombra de dúvida. Quer impressionar alguém? Convide a pessoa para uma fondue em casa (e não use as massas de caixinha! Tome vergonha na cara e compre queijos bons). Com os acompanhamentos certos, é imbatível!

www.chalezinho.com.br/

www.restaurantehannover.com.br

America e o Umami

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Para entender o Umami Burguer, primeiro, precisamos entender o que é o sabor umami, que confesso, só descobri sua existência há poucos anos, na faculdade de gastronomia.

O que é umami ?
Segundo o site www.ajinomoto.com, umami é um dos gostos básicos juntamente com os já conhecidos (no mundo ocidental) azedo, salgado, doce e amargo. Umami seria um “quinto” sabor.
Entre os gostos básicos, o Dr.Kikunae Ikeda descobriu o umami em 1908. Ele analisou o gosto do kombu dashi (caldo feito de algas marinhas) e revelou que o glutamato era o componente que proporcionava um gosto, o qual ele denominou umami.



A superfície da língua possui três tipos de papilas gustativas, sendo cada uma composta de botões gustativos, podendo chegar a 12.000 botões em um adulto. Esses receptores recebem as substâncias do gosto e os gostos básicos, transmitindo as informações para os nervos gustativos. Estes receptores reconhecem os cinco gostos básicos, fisiologicamente. A comunidade acadêmica reconheceu o umami como sendo um gosto básico pelo fato de existir um receptor específico que o identifica e transmite o sinal para o cérebro por meio de um nervo gustativo, assim como ocorre com os demais gostos básicos.



Principais substâncias umami
As três principais substâncias umami são: glutamato (possui alto índice de aminoácidos), inosinato e guanilato. O glutamato é um aminoácido comum encontrado em grande quantidade na natureza. Os nucleotídeos inosinato e guanilato, substâncias que conferem mais o gosto umami também estão presentes em diversos alimentos. Cientistas japoneses descobriram estas três principais substâncias umami, e hoje o umami é um gosto universal presente em alimentos reconhecidos no mundo inteiro.



Agora, pergunte a uma pessoa comum:
Azedo? Resp. Limão
Doce? Resp. Chocolate
Amargo? Resp. Agrião
Salgado? Resp. Huuum, coxinha!
Umami? Resp. É a sua!!!

Fato, os povos orientais estão muito mais familiarizados e tem em sua cultura, muito mais difundido o tal do umami, até porque, os ingredientes básicos de sua culinária são ricos neste sabor, que para nós, meros ocidentais, ainda é uma “viajante” novidade... mas se o umami sempre existiu, por que a gente não sabia que ele estava lá?

Na verdade a gente sabia, pois o umami é tido como a “deliciosidade” do alimento, mas ainda sim, precisamos treinar nosso paladar tão apressado a sentir esse “G” a mais.

Numa busca rápida pela internet, não encontramos muitos exemplos de alimentos cotidianos ricos em umami, mas podemos citar: tomates, queijos fortes, carnes, sardinha, além do leite humano e bovino. Existem, porém, diversos produtos industrializados que levam o glutamato como intensificador de sabor.

E parece que foi através desta busca rápida que o America (www.americaburger.com.br) criou seu novo lanche, como não poderia deixar de ser: o Umami Burguer.

Explicado, não tão rapidamente, o sabor umami, vamos ao que interessa. Lá fomos,mais uma vez, eu e o Di em mais um capitulo das nossas cruzadas gastronomicas.

Ao chegar ao America da Paulista, com fome, depois de mais de 1h de trânsito pesado por conta das obras no caminho, pedimos os nossos Umami Burgueres, depois de quase implorar para sermos atendidos, visto que, de casa vazia, o staff parecia mais preocupado em jantar (vários garçons e um gerente jantando no período em que ficamos lá) e conversar (outros tantos garçons batendo papo e esquecendo as mesas). Um serviço muito lento e relapso, bem longe do padrão que estamos acostumados do America. Para ter idéia, foi necessário pedir para 3 pessoas da equipe e esperar mais de 20 minutos por um simples copo com gelo para o suco. Mas, vamos ao que interessa:



Dá prá ver logo de cara que o lanche da direita está identico ao da esquerda né? O lanche deveria se chamar "desmami burguer" de tão "desmamicado" que veio, sendo necessário um palito para segurar tudo aquilo.

Ingredientes (ricos em umami):
- Hamburguer de 200gr: passado demais, duro, seco, parecia que estava guardado e foi esquentado num forninho eletrico; Detalhe: foi a primeira vez que pedimos um hamburger no America e o garçon não nos perguntou o ponto da carne. Mas ela chegou ao ponto... ponto negativo!
- Cebola caramelizada: para mim, era só uma cebola murchinha, tipo refogada, quase cozida, sem gosto nenhum
- Tomates assados: uma rodela apenas, mole demais, sem gosto, quase um pure
- Shitake:estavam lá, sim, 2 pequenos pedaços que pareciam mais duas cabeças de cogumelos Paris cortados pela metade na horizontal
- Crispy de queijo tipo grana padano (uma variação mais forte do parmesão): estava gostoso, mas era frio, podia ser quentinho, outra demonstração que os crispys são feitos de antemão. Além disso ele ficava sobre o tomate, qdo vc tentava cortar, o que já estava bagunçado, ficava pior - tomate para um lado, carne para o outro...
- Pão de batata: de aparência gordurosa, estava muito distante da famosa imagem "meramente ilustrativa" dos anúncios
- "exclusivo molho umami": oi? Tão pouqinho, tão "ficou no esquecimento" que só consegui notar um pedacinho de anis que com certeza passou sem querer para o lanche.

Após a decepção com os lanches, hora da sobremesa! Sim, as tão famosas e deliciosas sobremesas do America... Pedimos um Gateau de Nutella e um Devil's Food Cake. Muitos minutos depois (tantos minutos que, cerca de 10 minutos depois do nosso pedido, uma família que estava na mesa ao lado pediu a sobremesa e a deles ainda chegou antes!), chegam as sobremesas: o Devil's Food Cake estava ok, bonito, bem montado. Mas nem de longe era o bolo que aprendemos a adorar, que vinha boiando dentro de uma calda de chocolate em um pratinho fundo. Um pouco de calda, um pouco de frozen e manda pra mesa. Já o Gateau, uma decepção. O que você espera de um bolinho de chocolate fumegante com um recheio cremoso de Nutella? É, então... imagina a expectativa indo pro espaço ao cortar o primeiro pedaço e ver que o recheio de Nutella, além de ter passado muito longe dali, estava duro e meio frio (ou seja, bolinho mal-descongelado).
Terminada a epopéia Umami, fica uma dica: o Umami Burger é um lanche caro, mesmo para os padrões America (30 reais cada lanche), de repente, vale mais a pena anotar a lista de compras abaixo, para 2 pessoas:

- 1 pacote de batatas fritas McCain
- 500g de fraldinha moída
- Sal a gosto
- 1 tomate Carmem, Débora, Maria ou qualquer outro nome de mulher
- 4 cogumelos tipo shitake grandes
- 2 pães de batata da padaria perto da sua casa, sem recheio, ou brioches (acho que ficariam bons também)
- 200g de queijo grana padano ou parmesão ralado
- 1 cebola cortada em tiras finas
- molho teriyaki (vende em qualquer supermercado, perto dos shoyu)
- Ajinomoto (afinal, precisamos de mais Umami).

Modo de fazer (grosseiramente):
Molde dois hamburgueres com a Fraldinha moída (tempere-a com cebola, sal e alho, já deve ser suficiente), ficando com 250g in natura (assado deve perder uns 30g). Coloque para assar em fogo médio até chegar no ponto que te interessa (se você não tem um char broiler, não se preocupe, isso é frescura. Faça no forno e veja que ficará tão bom quanto). Corte o tomate em rodelas generosas, tire os cabos dos cogumelos, refogue-os no teriyaki e corte os pães no meio. Refogue a cebola em um pouco de azeite e depois coloque um pouco de mel na panela para dar um gosto adocicado (já ficará melhor que a do America). Para fazer o crisp de queijo, pegue uma frigideira, espalhe 100g do queijo ralado e deixe fritando um tempo, apenas secando com um papel toalha por cima (quando perceber que está muito engordurado). Vire como se fosse uma panqueca e repita o procedimento mais um pouco. Faça isso com os outros 100g também. Frite a Batata e coloque um pouco de maionese em um potinho.
Para montar o lanche: pegue a fatia de baixo do pão, espalhe um pouco do molho Teriyaki com ajinomoto, coloque o hamburger, a cebola, o tomate (2 ou 3 fatias por lanche são suficientes), tempere com ajinomoto (umami! Tem de ter umami em abundância, afinal é um Umami Burger!), coloque o crisp de queijo (nossa sugestão, para facilitar o corte, é colocar por baixo, acima do pão, mas entendemos que o America fez dessa forma para "espalhar" o Umami pelo lanche), o shitake refogado no teriyaki e cubra com a outra fatia de pão. Complete com as batatas fritas ao lado e o potinho de maionese. Pronto! Com menos de 60 reais você fez dois lanches mais bem-servidos que o do America e com o mesmo (se não estiver melhor) gosto Umami. Divirta-se! Se arrisque um pouco na cozinha e veja que é melhor fazer algo bem-feito em casa do que sair esperando que os outros façam por você. Ah, claro, não colocamos a sobremesa, nem os sucos, nem o couvert, mas temos certeza que você conseguirá fazer tudo isso de forma muito melhor gastando menos que os 140 reais cobrados pelo America


Carlota – Cozinha Multicultural (a quatro mãos e a quatro bocas)

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Fomos ao Carlota 2x. Quem conhece um pouco, sabe que é um restaurante super falado em SP (e no Brasil), dirigido pela chef Carla Pernambuco.

A primeira vez que estive lá eu ainda não escrevia sobre minhas aventuras gastronômicas e foi no inicio do blog, listando onde eu e o Di já tínhamos ido que percebemos uma coisa estranha... sabíamos que tínhamos jantado no Carlota, mas tínhamos pedido exatamente o que (alem do soufle de goiabada com calda de Catupiry)?.

Pois é, lapso total, não sabíamos o que tínhamos comido lá! Pura distração ou será que o tal Carlota não era assim tão brilhante, ou inesquecível?!

Acho que se passaram uns 2 anos desde a primeira visita ao restaurante e então fomos lá despretensiosamente com um casal de amigos (que topam todas as aventuras) num sábado ensolarado de inverno.

No meio de um dos bairros mais agradáveis de São Paulo, apesar dos moradores não gostarem de gente “diferenciada” circulando pela área, o Carlota, com suas duas casinhas unidas por conveniência, de visual aprazível, que ao mesmo tempo faz você se sentir no aconchego do lar da vovó e em um restaurante moderninho, lhe convida a lançar-se à esmiuçar as folhas do cardápio, cheio de fome e vontade.

Logo de cara, uma falha do serviço: apesar de muito simpático e prestativo, o staff de garçons é um tanto desatento, demorando a responder aos chamados e nunca muito próximos às mesas. Quanto à distância, tudo bem, todos gostamos de um pouco de privacidade e conforto, não precisam ficar ao lado da mesa, mas poderiam ser mais atenciosos.
Sem pedirmos entrada (apenas nos focando no simples, mas ótimo couvert de mesa, com pães, biscoitos de polvilho, manteiga, azeite de oliva com um toque de vinagre balsâmico e um ótimo creme de queijos), fomos direto aos pratos principais.




Texto escrito à quatro mãos, hora do assistente da chef blogueira assumir o teclado.

Damas primeiro: o prato da Cá era uma Milanesa de Filet com Strozzapreti ao limone (foto número 3). Muito apresentável, milanesa no ponto certinho, crocante por fora, macia por dentro, mas o Strozzapreti absolutamente insosso. Sem sal (!!!), com pouco gosto de limão, deixou muito a desejar. Já a Mari, pediu um Filet Mignon com crosta crocante, molho Blue Cheese com um Gateau de batatas (foto 2). Já um prato clássico do Carlota, muito bem executado, e, para os menos carnívoros (como a Mari), com a opção de ser cortado ao meio para se tornar bem-passado, e não ficar rosado. O Paulo pediu um Mignon de cordeiro grelhado com Ratatouille provençal e agnolotti de queijo de cabra (foto 1). Massa ótima, carne macia e benfeita (viva a gramática nova!), mas não inesquecível.




E neste momento você se pergunta: falta um quarto prato... onde está a descrição do seu prato? Pois é... mais uma vez, esquecemos o que comi. Sabemos que foi um pato com algum risoto (e cabe aqui uma explicação: sabemos os nomes dos outros pratos porque colamos do cardápio do site – www.carlota.com.br – que não tem mais o prato que escolhi, apenas um com um petit cassoulet, que não foi o caso), que estava muito bom na execução (o pato muito macio, perfeito), mas o risoto um pouco fraco.

Depois de uma 4ª visita (no meu caso, 2ª no da Cá) ao restaurante desta chef que conheci trabalhando (fiz um evento com ela em 2006), posso afirmar, com todo o respaldo da chef-blogueira-namorada que comanda este espaço: o Carlota é sim um ótimo restaurante, mas absolutamente esquecível. Uma experiência que não pode ser classificada como única, apenas como mais uma. Talvez o toque inesquecível do restaurante sejam realmente as sobremesas (que trocamos por um café na Suplicy do Itaim), nas quais a chef teve a felicidade de criar pérolas como o Soufle de Goiabada (que, depois de aprendido, você pode fazer em casa com facilidade e mais ao seu jeito – acho que o da Cá ficou infinitamente melhor que o de lá), o restaurante não deixa de ter seu charme, mas falta um “algo a mais” no Carlota. Um pouco mais de tempero no mix entre o trivial e o chique do cardápio.

Você sabe reclamar?

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Eu (e o Di) já fomos taxados de reclamões... e quer saber? Somos sim e com muito orgulho!

Por que orgulho? Simples, porque a maioria (muita gente mesmo) não reclama seus direitos. Ué, você pagou e não recebeu? Por que não reclamar? Se você for contratado e não trabalhar, ninguém vai exitar em te mandar embora. Então... é a mesma coisa!

A questão é: como reclamar e como as empresas devem responder a estas reclamações e, acredite, por experiência de reclamona que sou, posso afirmar que 99% das empresas não sabem encarar essa realidade: “minha empresa é a melhor, não recebo reclamações”.

Algumas formas online de reclamar e exigir o que você se dispôs a pagar, afinal, você não economiza seu dinheirinho a toa, são os sites das próprias empresas ou ainda em sites como o Reclamão, Reclame aqui, Nunca mais, Denuncio, ou menos online, mas bastantes eficientes, como o Boca no trombone (radio Bandeirantes), Celso Russomano, Procon e Anatel. Cada qual com a sua função, já procurei a ajuda de vários desses sites quando o contato com a empresa “reclamada” não foi suficiente.

Mas, como este blog é voltado para a parte vitamínica da vida, vou apontar alguns casos vividos por mim e as “soluções” apresentadas:

Restaurante Eñe: o conceituado restaurante español dessa vez escorregou no tomate, prometeu e não entregou, bem no jantar de dia dos namorados. Creio que ali, se mais um casal reclamou foi muito, outra parte nem deve ter lido os itens que seriam inclusos no pacote e outra parte deve ter achado “uma pobreza reclamar”. E assim eles (empresas em geral) vão levando nosso dinheiro. Depois de 1 mês, 6 emails e reclamações no FB um dos donos me ligou pedindo sinceras desculpas... Desculpas? E os R$ 400,00 do jantar (que por um acaso não tenho no bolso de trás da minha calça), e a frustração, e a propaganda enganosa? De verdade, um restaurante como este deveria ter saído na frente e superado qualquer expectativa... eles tinham meu endereço, sei lá, mandem flores com um cartãozinho, pq essa coisa de “ó, o dono me ligou...” não me serve de nada.

Revista Engenho Gastronomico: uma das minhas revistas preferidas na faculdade... nordestina. Aí começam as encrencas, eles não tem distribuição nacional, os exemplares, por acordo, seriam enviados bimestralmente por correio. Em 1 ano, recebi 1 revista. Um ano depois, após dezenas de emails, uma boa alma resolveu responder e apuramos diversos erros, causados por um funcionário, que fez o favor de queimar o nome da empresa. Resultado, receberemos o dinheiro de volta e mais todas as revistas não enviadas.

Pepsi: Um belo dia, a despensa (aquela que cabe dentro do coração) estava toda molhada de um liquido escuro... fuça daqui e dali e a garrafa de Pepsi estava vazando... fechada?. “Podem ser micro furos na garrafa senhora, guarde a garrafa de uma forma que não vaze e vamos trocá-la”. Dito e feito, no dia seguinte trocaram a garrafa.

Oetker: abro o pacotinho da mistura de bolo e... estragada antes do vencimento. Emails de reclamação e nada, meses depois mandam pelo correio uma revistinha de receitas. Oras, eu não queria receitas novas, eu queria fazer o bolo de saquinho mesmo!

Mc Donald´s e os lanches da Copa: foi o meu dia de fúria. Não pedi o café da manhãs as 11:05, mas abri a caixinha ainda no balcão e disse que aquilo estava triste, desconfigurado e sem recheio. “A foto é meramente ilustrativa” (aaaahhh como odeio essa frase, é um passe livre para a enrolação). Pedi para o gerente me mostrar onde estava escrito isso e, surpresaaaa, não estava. Dali 5min veio um lanche digno de foto.

“Alô tia Edha”: deveria se chamar “Ligue aqui e perca seu tempo”. Sim, uma rede enorme como o Habib´s não faz a menor questão de responder reclamações. Ok, pobreza, mas se eu paguei R$ 0,59 na esfiha de carne quero que ela venha em perfeitas condições. Os acontecimentos são inúmeros, mas o ultimo foi o mais patético; depois de 1hr aguardando a entrega ligamos no delivery e nos falaram que o sistema tinha caído e por isso todos os pedidos haviam sido cancelados... Por que não avisaram?! Ainda perguntaram se queria agendar a entrega para o dia seguinte... ô, claro, se eu peço um delivery de 28min é porque eu quase não tenho fome...

Dulca: doceriazinha metida a besta, mas faz valer seu “Reclame aqui”. 1º erro: ir à Casa Cor (ok, legal, bacana, mas inútil). 2º erro: ter fome na Casa Cor. Aí fomos tentar comer uma coxinha (uns R$ 8,00). Sério, alguém já comeu coxinha sem sal?! Olha que sempre dizem que meus pratos são para hipertensos, então se eu senti falta de sal, imagina que horror... Ai mandei um email dando um toque, responderam agradecendo e me enviaram uma bela caixa de bombons.

Carrefour: em qualquer loja que você vá sempre tem fila e uma caixa com má vontade para atender. Eu não sei o que eles fazem, mas parece que eles contratam as pessoas na base da chicotada. Depois de uma reclamação no @carrefourbrasil recebi um telefonema todo animado de uma “gerente de atendimento” se justificando pelas filas. A razão pelas filas seria a demissão de caixas que estavam falhando no atendimento e as pessoas novas ainda estariam em treinamento. Em se tratar da ineficiência, acho que as pessoas estão e vão continuar em treinamento por uns 10 anos. Mas o pior não foi justificado... e quando vc vai comprar aquele queijinho branco para a dieta e vê o funcionário retirando da gôndola os queijos vencidos, lavando, reembalando e devolvendo p/ venda?! Pois é, isso não foi explicado, padrão Carrefour p/ te ajudar na dieta... compre um queijo branco e leve de brinde uma intoxicação alimentar!

Enfim, os casos logicamente não param por ai, poderia mencionar a pizza escorrida da pizzaria do bairro, o pão de queijo duro da padaria, o mau atendimento em váááários estabelecimentos e por aí vai. Isso sem falar na cobrança discutível dos 10%, mas isso vale outro post.

Função social da reclamação: Não reclama só quem é chato, reclama quem é consciente, quem preza o seu dinheiro e quem tem opinião. A reclamação vale de alerta para que outras pessoas não passem de bobo como você ou, para que a empresa identifique uma falha que nem sempre é tão perceptível. Também é importante elogiar para que o que é bom, se torne cada vez melhor e mais próximo de todas as suas expectativas.

Eñe: o espanhol inconstante.

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Dia dos namorados e o Di, meu namorado, claro, me leva para jantar sem que eu saiba onde. Considerando que eu sou uma completa perdida qdo o assunto é “São Paulo”, só descobri mesmo onde iríamos jantar qdo ele parou na porta: Eñe.



“huuuummm” , as papilas gustativas ficaram logo contentes.

O restaurante estava com metade de sua ocupação, só atendendo clientes com reserva... Opa, espera aí... eu disse “Atendendo”?

Pois é, no curso sobre jornalismo publicitário aprendi que uma boa critica é feita depois de 2 ou 3 visitas ao mesmo local, em situações diferentes. Infelizmente isso não é sempre possível, as vezes por distancia, por preço, ou simplesmente pq não se anima a voltar.

E não é que foi o caso do Eñe que escorregou feio no atendimento desta vez? Chegamos e fomos conduzidos a mesa e... e... e... e nada na verdade. Um outro casal que chegou depois e sentou ao lado foi atendido bem antes. Até ficamos com aquela questão do “será que não fomos atendidos pq não pedimos vinho?” (sim, isso existe em muitos lugares, uma discriminação visível a quem não pede as bebidas ‘caras’). Mas até aí, não podia ser... o drink que eu pedi era tão caro qto o vinho na promoção que o casal pediu... aliás, muito saboro, uma mistura refrescante de vodka, limão e erva cidreira.

Apesar de termos saído p/ não nos estressarmos, já estávamos naquele ponto “Bom, se o garçom não vier na nossa mesa agora, vamos pedir a conta”. E por questão de 1min, o maitre viu nosso desapontamento, pegou o couvert que iria para outra mesa (que também tinha chegado depois), chamou a atenção do garçon e nos serviu. A partir daí o serviço melhorou, mas nem de longe foi tão prestativo quanto da primeira visita.

Menu fechado:
Passado os contratempos do inicio, fomos recebendo, em ordem:


- Tartar de vieiras: confesso que para mim foi uma tentativa, as vieiras picadinhas acompanhadas com redução de beterraba... Comida crua: negação numero 01 / Molho de beterraba: negação numero 02. Ainda sim dei uma boa garfada e num primeiro momento gostei, as vieiras estavam bem camufladas no suco de limão, mas depois não deu mesmo... essa textura de “cozinha que acabou o gás” não faz muito meu estilo. Porém, gostei do molho de beterraba (e eu detesto beterraba), não estava com aquele gosto característico de terra, levemente adocicado.


- Crema de mandioquinha com caviar de sagu: agora o teste foi para o Di, que detesta sopas. Mas o creme de mandioquinha estava tão bom, tão saboroso, super cremoso e aveludado na boca, que ele conseguiu tomar todinho! Ou seja, estava realmente muito bom. Mas, completamente dispensável o tal do caviar de sagu. Não sei de quem foi a brilhante idéia de fazer caviar de sagu, de quiabo e não duvido que usem isopor... Ok, é cozinha moderna e molecular, mas peraí... sagu? (ok, confesso, fiz isso na faculdade... mas sagu é bom com vinho e canela!).


- Olhete com ceviche de sandia: o peixe estava ótimo, a tal da crosta “ok”... já experimentei coisas mais elaboradas que macarrão cabelo de anjo quebradinho em cima da carne, mas, pelo menos cumpria seu papel de crosta. Agora, a saladinha de melancia (sim, sandia é melancia, não sei pq não escreveram o cardápio todo em português), huuum, essa estava ótima. Talvez para os mais tradicionais, pensar em salada de melancia possa ser esquisito, mas vale a tentativa. E alem do paladar, foi uma ótima maneira de relembrar minha saladinha de melancia grelhada com flor de sal, delicia!


- Jarret com molho de pimenta verde e cogumelos: Para mim, uma boa carnívora de plantão, a parte alta do jantar. Macio, saboroso, levemente picante e super harmonizado com a cama de cogumelos paris. Separei as pimentinhas, mas seu sabor ficou na carne dando um toque primordial.


- Coca de chocolate com frutas vermelhas: uma massa fininha de um tipo de pão de ló de chocolate, recheado com uma ganache também de chocolate, acompanhado de um sorbet de frutas vermelhas. Todos impecáveis e com gosto de quero mais e mais e mais.

Saldo do jantar: apesar dos pratos saborosissimos, o serviço deixou a desejar, ou seja, acabou por apagar um pouco o brilho do restaurante.

Brinde de dia dos namorados: No mail marketing, no facebook e onde mais eles poderiam anunciar, estava lá “ganhe 02 perfumes de 50ml cada, Antonio Banderas, um feminino e outro masculino”. Na hora não reclamamos pelo simples fato que não tínhamos certeza, mas saímos de lá com 2 amostras de perfume de 1,5ml cada! Demorei a terminar este post, pois achava que o relacionamento do Eñe teria a capacidade de retornar um dos 5 emails que enviamos com esta reclamação... ate agora nada.



Se esse é o tratamento que o restaurante dispensa à clientes que gastam de R$ 400,00 p/ mais em um jantar... sinceramente, eles tem muito o que aprender qdo o assunto é o relacionamento com o cliente, especialemente depois que ele sai do estabelecimento e não é mais encantado com la magia de las ollas del Eñe.

o conto da Brigaderia

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Quem olha de fora pensa logo estar vislumbrando uma papelaria cheia de “meninices”, mas ao se aproximar um pouco mais, saltam aos olhos pequenos e redondos docinhos coloridos, integrando-se ou misturando-se a decoração extremamente colorida da Brigaderia.
Eu já tinha passado e repassado pela frente da unidade do shopping Market Place e até me senti tentada a comprar as doçurinhas mas, das vezes que me encorajei fui super mal atendida e acabei por desistir.
Até que neste ultimo domingo resolvi encarar cara feia de atendente as 19h50,com o shopping quase fechando e lá fui eu. No meio de tantas fitas, caixas coloridas, forminhas, e uma explosão de cores fica difícil achar os renegados expositores dos brigadeiros, que ficam espremidos num cantinho da loja.

Aparentemente a proposta da loja é ter um ar de “casinha”, o que p/ mim, propicia uma falha grave: brigadeiros expostos, próximos ao publico, sem uma cobertura adequada, prontos para serem cuspidos pelos clientes mais curiosos, aqueles que apontam e falam bem pertinho do produto.

Ainda sim, encarei as ultimas bolinhas da loja num kit com seis unidades, por “apenas” R$ 18,00. Fato, a caixa é muito bem feita e os brigadeiros são grandes (media de 28gr segundo o site), mas R$ 18,00?! Faço uma receita de 50 brigadeiros gourmet por R$ 15,00 em média.
Aliás, foi o curso de brigadeiros gourmet que me despertou a curiosidade de saber “o que esses brigadeiros tem de tão especial?”. Resposta: Nada!

Não vou negar que para quem é entusiasta do docinho do brigadeiro, eles são bem feitinhos, porém só acredito vendo que naquela massa tenha chocolate de verdade.

Para quem não sabe, os brigadeiros ditos gourmet, levam em sua composição chocolate em barra no lugar do chocolate em pó, mas de verdade, se ali tinha chocolate... ele passou bem distante. A massa é molenga, mas tem uma agradável textura aveludada.

Mas não precisa se empolgar com os sabores de nozes, pistache e afins... ao contrario do que muitas doceiras estão fazendo brilhantemente por ai, esses da Brigaderia (e da Maria Brigadeiro também), levam apenas uma poeirinha das castanhas por volta dos doces,ou seja, o interior é sempre igual e para quem sabe fazer um bom brigadeiro de microondas, passa-lo na castanha de caju não é segredo algum. Os sabores de massa branca,como o de macadamia e o branco são tão sem graça e insossos... claro, vc sente o sabor das coberturas e nada mais.

Ou seja, não perca seu tempo e seu precioso dinheiro na Brigaderia; se vc gosta de um brigadeiro de colher, divirta-se na sua casa, se sua preguiça é gigante, encomende as bolinhas na sua doceira preferida, agora, se você é um pouco mais empolgado, segue uma ótima receita gourmet!

Brigadeiro Gourmet

- 01 lata de leite condensado
- 01 lata de creme de leite
- 200gr de chocolate de boa qualidade picado (meio amargo para o brigadeiro escuro, branco para os sabores de frutas)
(no caso do brigadeiro branco com sabor de fruta, acrescentar 01 pacote de gelatina do sabor a sua escolha, bem dissolvida em pouca água).
- cobertura a gosto (granulado, nozes picadas, coco ralado, paçoca, biscoito, etc)

Coloque todos os ingredientes numa panela e leve ao fogo medio, mexa sempre por cerca de 20min. Vale a velha dica do brigadeiro: mexa até soltar do fundo da panela. Espere esfriar e enrole o brigadeiro untando a mão levemente com água fria.
Solte a imaginação e delicie-se!


http://www.brigaderia.com.br/