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Copinhos de chocolate Cacau Show

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Fazia bastante tempo eu tinha comprado copinhos de chocolate da Cacau Show... Bastante tempo assim, uns 3-4 anos... até aí tudo bem, tudo ótimo.


Semana passada, minha madrinha veio de Monte Verde, onde atualmente mantém um sitio onde está iniciando o cultivo de physalis e me trouxe um saco dessas frutinhas.

Também conhecida como saco de bode, a physalis é docinha quando madura, cheia de sementinhas e tem um visual incrivel para decorar doces. Mas é do tipo 8 ou 80... ou você tem muitas para processa-las e fazer um doce, ou tem poucas (até porque são caras) e faz apenas uma decoração.

Como eu tinha uma geléia natural de physalis guardada e preguiça... resolvi apenas fazer um creme, rechear copinhos de chocolate e decorar com a fruta banhada em caramelo.

Fui até minha habitual loja de doces e lá eles não tinham os tais copinhos, como por coincidencia fui ao shopping no mesmo dia, os comprei na Cacau Show - 20 copinhos (130gr) por R$ 11,90. - se vc for comprá-los no Acre, vai pagar R$ 13,50/cx.

Abri a caixinha e tudo parecia normal, alias, a primeira impressão foi que o display que segura os copinhos estava muito, mas muuuuuito mole, mas achei legal a ideia de ter uma parte destacável, que vira uma especie de xicarazinha, com uma pequena asa plastica para você segurar o copinho. Achei bem util qdo o que vc irá servir for licor, etc.


Já estava com as physalis prontas e o creme devidamente frio, então, um a um, preenchi os copinhos, no display, afinal, por que eu os tiraria dali? Preencher os copinhos na bandejinha que eles vem é bem mais fácil e prático.


Fui tirar os copinhos para colocá-los num prato, completar com a physalis e servir e olha o que aconteceu:


Geralmente eu deixo as palavras desbocadas para o meu outro blog, mas ah... olha que merda! Desculpe, não tinha outra palavra menos pior para colocar... Os copinhos finissimos, começaram a se partir só com o peso do creme, qdo fui tentar tira-los do display quebravam, no melhor dos casos, amassavam.

Então para tentar salvar alguma coisa, tentei destacar a xicarazinha... notem, só consegui tirar uma! Ah, claro, já tinha estraçalhado o copinho... Comecei a ficar com uma raiva e meio que terminei de qualquer jeito.

Enviei uma reclamação no site da Cacau Show, porque, além de tudo, o chocolate está com um terrivel sabor de gordura. Não, não é sabor hidrogenado, é de gordura mesmo e olha, modéstia a parte, entendo de chocolate.

Me ligaram no dia seguinte da reclamação, o rapaz foi muito educado, mas segue a cartilha... Anotou numero do lote, validade e "vamos analisar", me explicou sobre os padrões de qualidade... baboseiras, para quem não entende nada desse ramo, parece "óóóó", mas nada mais é que um padrão exigido pela vigilância...

Mas aí que tá o negócio, os copinhos não estavam estragados, a qualidade que estava pessima! Totalmente diferente do produto que eu já havia comprado...

O rapaz disse que como eu ja tinha utilizado toda caixa, não teriam como trocar ou analisar.... trocar? Porcaria por porcaria fico com a que ainda tinha em casa (Sim, eu comprei 2 caixas...). Falei que eu tinha outra caixa, ele pediu para que eu analisasse a situação e que retornasse o contato, informando para eles o parecer... Pois bem, aí está:

Observem a espessura da lareral dos copinhos. Não se iludam, a parte mais "grossinha" é só na borda, ficando quase invisivel logo abaixo, como se deixassem secar de ponta cabeça e formasse uma leve borda mais espessa. Fui tentar retirar o copinho do display, vazio, e sem nenhum esforço, um pedaço ficou na minha mão.
Totalmente irregular, mais uma vez atentem para a espessura da lateral... Agora olhem o fundo do copo! Translucido!!! O que dá p/ colocar aí dentro??? Ah, vale dizer que TODOS estavam assim. Tentei retirar o chocolate do display empurrando ele pelo fundo p/ cima... nem precisa dizer o que aconteceu né?

Bom, há muito tempo não acho o chocolate Cacau Show uma maravilha de chocolate, longe disso... as trufinhas até que são gostosas. Mas de resto, muita gordura e pouco cacau.

Agora, a questão aqui não é nem tanto o chocolate, mas a qualidade do produto "copinho", se é para vender, que o façam direito!

Na próxima, compro, sei lá, Pan, pelo menos sei que o chocolate é hidrogenado mesmo e vai ser bem mais barato, ou seja, preço compativel com o produto.

Leia mais sobre os copinhos de chocolate Cacau Show aqui.

Frango, nada mais que frango! (A passarinho, ok?)

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Continuando nossa série de história de pratos típicos, há uma receita brasileiríssima, mas de origem praticamente desconhecida: o Frango à Passarinho. Este corte de frango em pequenos pedaços, geralmente da asa, fritos em imersão de óleo quente, tem local de origem desconhecido, mas desconfia-se que foi criado no sudeste, mais especificamente no Rio de Janeiro, onde um boêmio pediu ao cozinheiro de um bar um tira-gosto de frango, cortado em pedaços bem pequenos, como se fossem pedaços de passarinho. Daí o nome e sua criação. O frango crocante, em pedaços pequenos (aqui no ABC muito associado à polenta frita) virou um verdadeiro sucesso entre bares e restaurantes, especialmente no estado de SP. E, para quem gosta dessa pequena iguaria, abaixo uma ótima receita de como faze-lo em casa:


Ingredientes:
- cerca de 1,5Kg de frango, cortado em pedaços pequenos, com pele

- 03 cubos de caldo de galinha

- 1/2 xícara (chá) de salsa picadinha
- alho frito a gosto
- cerca de 1L de óleo para fritar

Modo de preparo:
Dissolva os cubos de caldo em duas colheres de água fervente; tempere o frango com esta mistura, deixe descansar por duas horas. Frite o frango em imersão de óleo bem quente, até todos os lados estarem dourados. Escorra a fritura no papel absorvente, e polvilhe salsa e alho frito picados por cima do frango. Tente! Vale a pena!





Aproveitando o tema galináceo, uma história interessante é a do Frango com Polenta, prato trazido por descendentes de italianos para o Brasil, sendo que fez a fama dos restaurantes da região de São Bernardo do Campo, mas também é encontrado em outros ótimos lugares fora daqui, como em Jarinu, na festa do morango, no Madalosso, e outros restaurantes de Santa Felicidade, em Curitiba (ah, Santa Felicidade!!!!)

Para quem não conhece, o bairro dos Demarchi, em São Bernardo, (originalmente chamado de Colônia ou Botujuru), é praticamente a meca dos restaurantes de frango com polenta e dos motéis. Como nosso blog não trata sobre o segundo assunto (aaahhh...), vamos nos fixar na história dos primeiros, quase todos controlados pela família Demarchi (hoje a maior família com número de descendentes em uma mesma cidade, passando de mais de 1.000 pessoas), que teve como uma das personagens mais destacadas Maria Servidei Demarchi.



Dona Maria, foi a segunda esposa de Matteo Demarchi (um dos primeiros Demarchi a chegar ao Brasil junto de seus 3 irmãos, viúvo com apenas 25 anos). Conhecida como uma grande matriarca (ganhando até o título de “Mãe Símbolo de SBC”), Maria Servidei, nos anos 1940, partiu de uma receita simples e tradicional da sua família para servir em sua casa os viajantes que saíam do litoral com destino à capital, São Paulo; se baseando no tradicional frango com polenta servido nas chamadas tômbolas (uma espécie de bingo nas quais os anfitriões serviam aos convidados fartas porções de frango com polenta, macarronadas, cabritos e leitões).

Maria e sua família começaram a fazer da receita caseira um grande sucesso entre os viajantes. Os Demarchi, assim como os Battistini, os Tollotti e outras famílias italianas de São Bernardo, perceberam o filão comercial destes pratos, e começaram a abrir restaurantes. Primeiro, Andrea Demarchi oficializa o São Judas Tadeu, em 1950, hoje em dia um dos maiores restaurantes do Brasil e do mundo, em número de lugares. Seus parentes constroem o Florestal, a família Battistini cria o restaurante deles, assim como a cantina dos Tollotti (hoje já não mais existente). Hoje, a rota dos restaurantes do Demarchi é nacionalmente conhecida, um dos maiores pontos turísticos de São Bernardo do Campo e o Frango com Polenta é servido em várias formas (com molho, inteiro, à passarinho, alho e oleo), mas aproveitando a receita acima, vamos só complementá-la com a famosa polenta frita:




Ingredientes:
- 2 xícaras de fubá mimoso (porque ele é mimoso eu não sei, nunca o vi fazendo carinho em ninguém ou sendo meigo com alguém)
- Fubá mimoso para empanar
- 4 colheres de sopa de óleo
- 1 litro de água fervente
- ¹/2 colher de sopa de sal
- 3 dentes de alho amassados
- 1 cebola pequena ralada

- 1L de oleo para fritar



Modo de preparo:
Dissolva o fubá em 2 copos de água fria, reserve. Leve a panela em fogo médio e adicione o óleo, cebola, alho e o sal, mexa bem até dourar. Em seguida acrescente o fubá já diluído (na água toda) mexendo de preferência com uma colher de pau por mais ou menos 20 minutos, até obter uma consistência bem firme na polenta (fica bem pesado para mexer). Despeje em uma travessa e deixe esfriar, corte em pedaços, empane no fubá (com os pedaços ainda mornos) e frite em óleo bem quente.

Dica: O fubá antes de fritar é para deixar a casquinha da polenta bem crocante e ainda evita que ela encharque, ela tem que ficar sequinha!




Mais um pedaço de história (frita) contada, voltamos em breve com mais um pouco da nossa história gastronômica. Enquanto isso, aproveitem, comam
sem moderação e divirtam-se!


D.

Bolo da Fortuna - receita

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Um tempinho atrás, bem pouco mesmo, escrevi um post sobre o famoso (ou atualmente nem tanto) Bolo da Fortuna e minha andança até chegar no seu fermento inicial, também conhecido como Chef ou levain.
 Dei um tempinho para os interessados e motivados preparem e fortificarem seu fermento natural, enquanto, ao mesmo tempo eu testava algumas vezes a credibilidade do meu levain antes de dar continuidade aos acontecimentos aqui no blog.


Como havia dito no texto do post anterior, essa receita é muito antiga e estava perdidinha num caderninho de receita da minha mãe. Procura daqui e de lá, achamos a bonitinha e aqui coloco uma cópia do original para vocês lerem e perceberem como ela é cheia de misticismo:




Bom, achada a receita, era hora de colocar a mão na massa!

Bolo da Fortuna:

Juntar em aproximadamente 300gr de levain
- 02 xic de farinha de trigo
- 02 xic de açucar
- 01 xic de frutas cristalizadas
- 1/2 xic de oleo
- 01 xic de amendoim torrado (ou outro tipo de castanha, eu usei castanha do pará picada)
- 01 maçã verde picada
- 03 ovos inteiros
- 01 colher de sopa de baunilha
- 01 colher de sobremesa de fermento químico

Preparo





Separar 300gr de levain. Note como ele tem bastante bolhas, ou seja, está ativo e forte.











Em um recipiente colocar as frutas (eu não tinha frutas cristalizadas, coloquei passas. Você também pode fazer um mix entre as duas, ou se não gostar... não coloque, pode substituir por gotas de chocolate ou mais uma maçã verde, ou nozes, etc) 






Acrescentar os demais ingredientes









Misturar









Acrescentar o fermento natural









Misturar








Eu acabei dividindo em duas formas, mas eles ficaram muito baixinhos... Esse bolo tem que ficar alto, mas vale dizer que ele não é fofo. É uma massa pesada e umida, tem um sabor azedo bem leve no fundo, devido ao fermento. Lembra um bolo inglês.


Forno médio por 40min, até o palitinho sair limpo.



Ei-lo!



E este, que fiz antes, no Ano Novo, qdo levei o fermento para passear na praia.


O que dizer?

Bom, tirando a parte supersticiosa do bolo, ele é uma delicia. Tem um sabor levemente azedo, lembrando vagamente uma cerveja, com aquele amargor. Isso se deve a utilização do fermento natural.

É um bolo de consistência firme, úmido e perfumado.

Como se não bastasse, é um otimo treino para praticar o levain e sua utilização. Caso queira levar a missão adiante, divida o restante do seu levain em duas ou três partes e presenteie amigos e parentes.

Como eles não vão ter toda a habilidade do levain que vc adquiriu até aqui, encaminhe junto a receita original do bolo da fortuna com as instruções de como fazer crescer o fermento:

1º dia: acrescentar: 01 xicara (cha) de açucar, 01 xicara (chá) de farinha de trigo e 01 xicara (chá) de leite morno. Mexer com uma colher de pau e deixar crescer em uma tigela branca coberta com pano branco (em cima da geladeira). - parte mística rs.

2º dia: acrescentar os mesmos ingredientes do 1º dia e proceder da mesma forma.

3º dia: dividir a massa em 4 partes iguais; com uma das partes você fará o bolo, as três partes restantes você dará a 3 amigas com um pedaço de seu bolo e uma receita igual a esta.
(receita do bolo, acima)


Obs. Cada pedaço que vc comer, faça um pedido.




Bom apetite, bom divertimento e boa sorte!!!