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Rosa's churrascaria

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Existem lugares que são considerados verdadeiros patrimônios gastronômicos de sua cidade. Podemos dizer isso, sem pensar muito, de lugares como o bar Estadão em SP, a rota do frango com polenta em SBC, o Pastel do Trevo em Bertioga, entre tantos outros. Mas existem também os restaurantes que se consideram parte desse grupo, e mesmo que cheguem muito próximos do título, pela tradição e longevidade, não o merecem: o Rosa's churrascaria, desde 1964 em Santo André, participa deste último.
Antes que você, que conhece o restaurante, comece a pensar besteira, vamos aos fatos: um restaurante que vive lotado, com filas de mais de 1h de espera diariamente, a fama de ter uma das melhores saladas do ABC (a tradicional salada Santa Felicidade), um churrasco impecável e um renomado filé a Parmegiana, deveria ser, no mínimo, ovacionado, mas não é o que ocorreu na nossa última visita, há duas semanas. Para começar, a espera. Com uma grande reforma, que ampliou o salão consideravelmente, o Rosa's poderia ter pensado mais no conforto de que aguarda a sua mesa, tempo este que passa dos 40 minutos diariamente. Além de um espaço mal planejado, bolsas e mochilas ocupam o espaço de espera no qual idosos e gestantes poderiam sentar, e apesar disso ser culpa da falta de educação das pessoas, a equipe do restaurante poderia orientar o público a não deixar objetos nos bancos.

O local de espera, pois o resto estava lotado
(créditos: divulgação)
Depois de 50 minutos de espera, enfim conseguimos uma mesa, e começamos a pensar em nosso pedido. Inusitadamente, o prato mais famoso da Rosa´s Churrascaria é uma salada! A Santa Felicidade (é um sacrilégio usar este nome, mas deixemos isso de lado), é uma salada de escarola com torresmo e vinho. Pedimos meia porção (que é suficiente para duas pessoas tranquilamente), como entrada, e nossas bebidas (a tradicional limonada e um refrigerante). O atendimento, absurdamente lento e despreparado, demorou muito para pegar nosso pedido de bebidas e da salada, que chegaram prontamente após o pedido. Para pratos principais, depois de muito rodarmos em cima de um cardápio pequeno (mas que serve, na maior parte das opçoes, 2 pessoas), escolhemos o conhecidíssimo filet à Parmegiana (meia porção) e 1/2 frango ao queijo. A partir desse momento, começa nosso calvário no restaurante.
A famosa salada de Escarola (créditos: divulgação)
Parmegiana (Créditos: divulgação)
Exatamente do momento do pedido dos pratos até a chegada deles, se passou 1 hora. foram 60 minutos em que vimos pessoas chegarem, serem atendidas, comerem, saírem; mesas que foram preenchidas depois da nossa serem atendidas mais prontamente e receberem os pratos antes, garçons que simplesmente não olhavam na nossa cara ou desviavam a atenção quando chamávamos, e nossa impaciência só aumentava. Quando decidimos por cancelar os pratos e pedir a conta para irmos embora, revoltados, eis que os pratos chegam. Jogados de qualquer maneira na mesa, estavam em tamanhos bem servidos, mas, para a Cá, o filet à parmegiana (que eu não como, por causa do molho de tomate) não estava nada mais do que OK, (até o mesmo prato na padaria Cidade da Criança, em São Bernardo, atraiu mais elogios). O frango ao queijo estava no ponto certo, suculento e coberto por uma camada fina e crocante de parmesão. Ao terminarmos de comer, mais um problema com os garçons: a demora ao trazer a conta e para pagarmos (visto que a máquina leitora de cartões nunca chegava, até porque antes de descobrir o caminho para a nossa mesa, passava por todas as mesas que haviam solicitado a conta depois da nossa); resultado: mais de 150 reais de conta por algo que não valeria 100.
1/2 frango ao queijo (créditos: divulgação)
Locais que são considerados patrimônio gastronômico de uma cidade não precisam se impor como tal, e é o que o Rosa´s faz (deixando claro isso em todos os cantos, desde o muro em frente ao restaurante até dentro do cardápio), e desnecessariamente. Quem deseja um reconhecimento destes o atinge por méritos, e não na marra (veja o caso do São Judas Tadeu, na rota do Frango do Polenta de SBC, por exemplo, que traz gente do Brasil todo para conhecer o restaurante, ou o Madalosso, em Santa Felicidade, Curitiba), e, por mais que o Rosa´s seja tradicional e possa ter sido um dos melhores restaurantes do ABC em um determinado tempo, já passou a época dele. Mesmo assim, atrai muitos visitantes que, nem sempre são bem atendidos, como foi o nosso caso. Nossa dica? Com muito menos você pode comer muito melhor em vários outros restaurantes da região, sem precisar se deslocar até o Rosa´s (que é tão distante para quem mora em outras cidades do ABC como ir para São Paulo). Por mais que a tradicional cozinha da churrascaria (que, novamente, tem como prato mais conhecido uma salada!) o atraia para visitá-lo, tente fugir da tentação: pode ser que você seja tão mal atendido como nós fomos, ou até pior. Fuja da tradição imposta e vá para a tradição espontânea.

Coco Bambu e os Camarões à Milanesa

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Depois de algum tempo de ostracismo, estamos de volta, e agora para falar sobre um dos grandes restaurantes nordestinos que aportou em SP: o Coco Bambu.
Bem localizado, no prédio que abrigava o fanfarrão e fujão T.G.I. Friday´s (que saiu do Brasil sem sequer dar alguma justificativa plausível), o Coco Bambu é um restaurante de grande sucesso em Fortaleza, e expandiu para outras cidades, como Brasília, Teresina e a Paulicéia Desvairada e chuvosa na qual nos encontramos.
Com uma reserva feita (apesar do restaurante estar vazio), fomos muito bem atendidos pela hostess, que nos indicou o caminho a seguir para nossa mesa. Acompanhados dos nossos habituais cúmplices nestas descobertas (que, inclusive nos sugeriram o restaurante), fomos ver o que o Coco Bambu tinha de bom para nos oferecer, e tudo se resume a um prato: Camarão à Milanesa.


Não, o cardápio não tem só este fruto do mar empanado, aliás, peca por ser um cardápio muito extenso, mas o garçom insistiu até o momento da sobremesa para que escolhessemos o coitado do crustáceo para nossa entrada. A cada pergunta para o garçom, vinha a resposta pronta: "Aceitam um Camarão à Milanesa?". Em dúvida sobre que entradas pediríamos, ouvimos pelo menos 15 vezes o garçom oferecer o mesmo prato, e já havíamos falado que não nos interessávamos por ele. Então ele nos deixou pensar um pouco, enquanto buscava as bebidas solicitadas (a Cá pediu uma ótima Caipifruta de Caju, enquanto nós três partimos para nossos pedidos não-alcoólicos habituais). Quando apareceu novamente, voltou a insistir (muito!) no tal camarão.

As ótimas entradas: Queijo Coalho e Lula à Dorê
Pedimos de entradas uma porção de lula à dorê (ótima, sequinha, bem empanada, soltinha e tenra), e espetos de queijo de coalho com melaço de cana (muito bons também), mas ouvimos mais algumas vezes do garçom que deveríamos pedir o camarão à milanesa, se já o conhecíamos (não, não tínhamos sido apresentados à ele, afinal, ele não veio na mesa conversar conosco).
Hora dos pratos principais, e fica um problema sério: Como 4 pessoas indecisas por natureza conseguem decidir pratos (que normalmente servem 2, 3 ou 4 pessoas) de forma rápida? Ainda mais em um cardápio tão extenso? Nossa demora para pedir o prato principal nos fez ouvir algumas vezes o mantra do garçom: camarão à milanesa?
Rede de Pescador
Depois de muita indecisão, chegamos a um ponto em comum: a Rede de Pescador. Um prato com diversos frutos do mar (lagostas, camarões, mariscos, lulas e peixe), acompanhados de arroz com açafrão; Na teoria, no cardápio, servia 4 pessoas, mas qual a nossa surpresa quando o garçom nos fala que "não serve tão bem assim 4 pessoas", e tenta nos empurrar novamente o camarão à milanesa. Falamos que pediríamos somente a Rede e, caso necessário, pediríamos algo depois. Todos os frutos grelhados à perfeição, da forma que você realmente espera em um restaurante deste tipo de culinária, e, ao contrário do que o insistente atendente deu a entender, o prato serviu 4 pessoas, ainda mais porque já havíamos comido as entradas e a atitude do garçom se torna um ponto absurdamente negativo (ele foi instruído a enfiar um camarão à milanesa goela abaixo dos clientes, a falar que os pratos não serviam muito bem o número de pessoas indicada no cardápio ou a inaptidão foi por conta dele?). o prato, com 4 caudas de lagosta, uma porção de camarões, lulas e mariscos, e duas grandes postas de peixe, era suficiente para a ocasião.
Satisfeitos com o prato principal, partimos para a sobremesa, e o garçom escolhe novamente o que devemos comer: Pudim de leite condensado. E a insistência habitual muda de prato, mas não de frase: "vocês conhecem o pudim de leite? É muito bom!"; quem me conhece sabe que eu adoro esta iguaria doce, mas queria experimentar outra coisa, e todos escolhemos sobremesas diferentes: uma torta cremosa de banana (que de cremosa não tinha nada, seca e com pouco sabor), uma torta de chocolate (ótima), uma cocada cremosa ao forno (talvez a melhor de todas as sobremesas que pedimos, e a primeira cocada que experimentei que não era absurdamente seca), e um suflê de goiaba com cobertura de requeijão. Neste ponto, e neste prato, começa novamente a insistência do garçom: " o suflê demora de 20 minutos à meia hora, não tem problema? Você não quer pedir outra coisa, um pudim de leite?". Me contive, pois na hora, minha vontade era de bater a cabeça do garçom na mesa, e falar para ele, enquanto ele dava de face na espessa madeira: "não, não, não! Não quero pudim de leite!"; mas, ao invés disso, incentivado por todos na mesa (que não se importaram em esperar um pouco mais), pedi o suflê.
Vai um pudim de leite????
Minha experiência com suflês de goiaba começou no Carlota, há alguns anos, e tudo era ótimo: a calda quente e cremosa de queijo, mas ainda assim líquida o suficiente para sair do pequeno bule em que ela é depositada, para um suflê aerado e macio; no Coco Bambu, apesar de ser um pouco doce demais, o suflê estava ótimo, mas a cobertura de queijo nada mais era que um pouco de requeijão, frio (e por isso, relativamente duro) em um mini bule, o que me fez tentar tirar de todas as formas (já que a colher mal cabia dentro da jarrinha) a calda para inserir no suflê.
Ao pedirmos nossos tradicionais cafés e a conta, duas surpresas: a primeira, o garçom, ao oferecer o café, não falou "pudim de leite" nem "camarão à milanesa", um milagre!!!! Mas, jogou tudo por terra ao nos oferecer um café "restrito" (Não seria Ristretto?????). A segunda, a conta: 460 reais para 4 pessoas, ou seja, mais de 110 reais por pessoa. Pelo que oferece, e principalmente pelo atendimento, talvez seja um restaurante para conhecer por curiosidade, e só isso; existem vários outros restaurantes em São Paulo (e na grande São Paulo) oferecendo frutos do mar tão bons a preços mais acessíveis, e não tentando te empurrar um camarão empanado. Descendo as escadas para ir embora, fiquei pensando se a troca da costelinha ao molho de Jack Daniel´s e a Oreo Madness pelo camarão à milanesa e o pudim de leite valeram a pena. Como eu quase não frequentei o Friday´s na vida mesmo (e aprendi a receita tanto do molho de Jack Daniel´s quanto da Oreo Madness), então o Coco Bambu pode ficar lá onde está, longe do meu bolso (que não pode pagar por isso o tempo todo).

Lirio Restaurante - Descoberta sem preconceito!

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Sei que andamos sumidos, mas além da correria de fim de ano, infelizmente tivemos alguns contratempos que nos tiraram dos eixos...

Mas, ano novo, vida nova, ou, pelo menos uma tentativa de vida nova, e este blog não poderia ficar abandonado...

Em casa, um novo levain tenta crescer, mas esse clima umido e frio não colabora muito... 20 dias e o "bichinho" ainda não rendeu um bolo. rs

Depois de muuuuuuuito tempo, lembramos e voltamos à um lugarzinho desses que se descobre por indicação, totalmente sem querer: Lirio Restaurante, então, anote aí no seu caderninho essa dica.


O Lirio Restaurante (uia, tem site! www.liriorestaurante.com.br ) é desses lugares que você só chega se indicado e só entra sem preconceito. Fica no Riacho Grande / S.B.Campo, é bem apertadinho, conta com poucas mesas e a churrasqueira de bafo fica dentro do recinto... Falado tudo isso, já sabe, chegue cedo; meio dia e quinze já é o horário limite para chegar, encontrar uma mesa e comer bem. 


Nunca pedimos nada do cardápio que não fosse o rodizio de cupim e costela no bafo, mas já vimos em outras mesas, belos pratos, como o bife à parmegiana, por exemplo.




O rodizio de cupim e costela no bafo é exatamente o que o nome diz... essas duas carnes vem direto da churrasqueira para a sua mesa numa travessinha, sem frescura; junto a isso, salada de alface e tomate, uma generosa porção de arroz branco, feijão e um delicioso feijão tropeiro, cheio de linguiça e torresminho crocante!!!



A carne? Tanto a costela quanto o cupim desmancham na boca, podendo ser cortados somente com o garfo de tão macios... uma textura, que acreditem, não encontramos na maioria das churrascarias que costumamos frequentar!

Ah, vc quer mais carne? Basta pedir sem nenhum custo adicional, e lá vem mais uma bandejinha cheia das duas carnes, ou só cupim, ou só costela, como preferir.



Por que chegar cedo? 
Porque acreditem, lota. Lota de formar uma longa fila de espera... Ali pelas 13hr a carne começa a acabar da churrasqueira de bafo e as peças que saem, já não estão mais tão macias.

O rodizio custa R$ 20,00/pax (!!!) e come-se muito bem!

Vale a pena, vale a "viagem", vale a descoberta!


Lirio Restaurante
Rua D´ Angelo Caputo, 54 SBC - SP - 4101-6802