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Estação Leopoldina Parrilla

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Eu e o Di sempre temos algum porque em passar pelo B. Nova Petropolis aqui em S.B.Campo, seja para ir na casa de uma amiga, seja para cortar caminho até a casa dele, ir até a escola que eu estava fazendo dança, ir a uma padaria que gostamos, enfim... É um bairro que usualmente frequentamos.

No Carnaval e numa empreitada de "o que comer a essa hora?" fomos ao bairro que tem várias lanchonetes e barzinhos para vermos, o que rolava de novo, numa determinada esquina... estacionamos, e entramos no Estação Leopoldina.

Alguns homens sentados conversando, ficamos meio perdidos até que um deles "ainda nao inauguramos"... eu com meu tipico mau humor de fome já soltei um "Devia ter colocado uma faixa na frente, pois tudo aceso e aberto parece que já estão funcionando"... Ele tentou ser agradável, mas foi é muito sem graça e informou que a casa abriria na semana seguinte.

Nisso, passou-se um mês e então, fomos lá ver qual era da Estação Leopoldina.

O ambiente é bastante agradável, se a seleção musical que passava na Tv não fosse "os piores cabelos da década" e sim um tango, até poderia me imaginar em algum recanto aconchegante perto de Puerto Madero.

O atendimento é prestativo, mas ainda confuso, notamos que um garçom não sabia o nome do outro, mas nada que comprometesse.

O cardápio é algo como "Pobre Juan", você escolhe as carnes e os acompanhamentos, que servem 2 pessoas. Quase não há opção de porções p/ petiscar tomando uma cervejinha... estávamos com muuuita fome, pedimos uma porção de pão de alho meio decepcionante...

Quando se fala em pão de alho + churrasco, eu pelo menos, penso nisso -




Mas veio isso -


Ah, umas torradinhas de pão francês, torrada demais e com gosto de alho de menos ... e uma porção para 2 que tinha um número impar de fatias!

Além disso veio o couvert, que ok, é bem  baratinho, mas pelo tamanho deveria ser de graça. Dois diminutos cubinhos de focaccia acompanhada de manteiga mergulhada em balsamico e flor de sal... Gostoso, mas eu teria vergonha de cobrar R$ 3,50/pax por aquela porção.

Eu pedi um bife de tira "ao ponto mais" e o Di pediu , ao ponto (todas as carnes com 350gr).

Depois de uma espera de cerca de 20 minutos (tudo bem), chegaram as carnes, lindas, suculentas.

Meu bife de tira derretia na boca, no ponto exato que eu pedi (ponto +):




Enquanto isso, o outro prato, que levava o nome (e a responsabilidade de ser um carro chefe, pois é dito como especialidade da casa) do local veio no ponto pedido, em um filé de Ribeye (ou Ojo de Bife) alto, tenro, malpassado do jeito certo, mas um pouco menos marmorizado do que deveria ser, mas não afetou em nada a experiência gastronomica.


Para acompanhar pedimos mini batatas com coalhada e parillada de legumes. As batatinhas vieram em boa quantidade, a coalhada passou um pouco longe, mas estava bom, já os legumes, estavam deliciosos, mas a quantidade deixou um pouco a desejar... lembre-se, eles dizem que a porção serve 2 pessoas... e mandam apenas uma "arvorezinha" de brocolis ou um pequeno pedaço de batata doce?

Tirando esses ajustes, posso dizer que estava tudo muito delicioso a um preço não muito exorbitante - cerca de R$ 30,00 cada prato e R$ 15,00 cada acompanhamento.

Sobremesa, nada de espetacular, ficamos só no espresso que estava razoavelmente tirado.


Av. Imperatriz Leopoldina, esquina com a R. Dom Miguel, por volta do nº 430 (não achei site)
B. Nova Petropolis - São Bernardo / SP


210 Diner: Altos e baixos de um restaurante típicamente italo-francês-brasileiro-afro-americano

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Havia algum tempo, eu comentava com a Cá que eu queria conhecer um restaurante inaugurado em SP em 2010, pelo conhecido restaurateur (não consigo considerar como um chef um cara que tem mais de um restaurante, de conceitos completamente diferentes e que não é visto na cozinha nunca) Benny Novak, do Ici Bistrô, e seu sócio Renato Ades. O conceito do restaurante: comida típica americana. O que não significa só hamburgueres e batatas fritas, há um pouco mais de cultura na vida gastronômica estadunidense do que estamos acostumados a ouvir.

No simpático bairro de Higienópolis, lá fomos nós, eu e a Cá, gente diferenciada, com meu possante carro alugado, para conhecer o local, depois de várias tentativas frustradas e hesitação em outras. Nossa primeira surpresa: em uma rua com muitas opções (e todas praticamente cheias, como a Mercearia do Francês, logo na esquina), e em plena hora do almoço de domingo (13h30), o restaurante estava muito tranquilo, podendo dizer até vazio, com menos de metade de suas mesas ocupadas. O ambiente realmente é de um "Diner" americano, com sofás de couro escuro e envelhecido fazendo as vezes de cadeiras, mesas enfileiradas simetricamente e o bar logo na entrada, dá até para se imaginar no Lou's Cafe, de Hill Valley, só faltando um McFly ou um Tannen entrar pela porta. Mas, não é de citações cinéfilas que vive este blog, então vamos ao que interessa: a comida.

Logo de entrada, pedimos uma iguaria que brilhou no cardápio, piscou para nós várias vezes, implorou para ser pedido para o garçom e não decepcionou: o Bacon de defumação caseira, tenro, duas grandes fatias no ponto certo e muito bem acompanhado de maple syrup e vinagrete de salsa, talvez tenha sido o primeiro ponto alto do almoço. Mas, assim como a topografia das montanhas Rochosas, a dita "culinária americana" ainda nos ofereceria vales e picos. Após solicitar a entrada (que não cansou de piscar no cardápio enquanto não a pedissemos), começamos a vasculhar o (curto) cardápio em busca de nossas refeições; aí veio a segunda surpresa: o prato do dia era spaghetti ao molho de tomate com meio galeto. Quer coisa mais norte-americana? Então o que acha de um bom filet a parmegiana? Ou um chicken schnitzel? Todos eles parecem bem americanos, não?
Pois é, este foi o primeiro vale da nossa caminhada pela culinária americana paulista: Pratos italianos, pratos com toque alemão e até pratos de cardápio tailandês no menu, e as opções tipicamente americanas vão se esvaindo. Como a proposta era comer algo tipicamente americano, logo uma opção de carne saltou aos meus olhos: um Ribeye. Escolhidos os acompanhamentos (a clássica hash brown e creme de mílho rústico), vi a Cá pedir um Mac & Cheese em estilo Louisiana (com calabresa e levemente picante); ao chegar os pratos, ao mesmo tempo, um vale e um pico: enquanto o Ribeye se provava ser o que eu esperava, um alto filé do centro da costela, marmorizado à perfeição e no ponto certo, acompanhado por um ótimo creme de milho, adocicado e com muitos grãos de milho, o mac & cheese da Cá veio com pouquíssimo queijo e calabresa (mas muito champignon meio disforme), em uma porção relativamente pequena e não muito picante mesmo (alguns pontos era impossível distinguir algum ardume de pimenta no prato). Mas este não foi o grande vale da história.

Ao pegar o primeiro pedaço das duas bonitas hash browns que acompanharam meu prato, uma surpresa: batatas com gosto de peixe! Sim, peixe! muito provavelmente, a cozinha descuidada fritou as batatas em óleo utilizado anteriormente para peixe, ou utilizou os mesmos utensílios sem higienizar, cruzando os sabores (é possível que outros pratos tenham acontecido o mesmo naquele dia, mas não vimos ninguém reclamar), o que resultou em batatas douradas, lindas, com um aroma de arenque que não as pertencia. Já havíamos notado que o serviço, apesar de atencioso, era muito confuso, e quase 10 minutos depois de ter identificado o problema na hash brown, consegui solicitar a troca do acompanhamento, afinal, eu não pedi um peixe, e sim um belo filé de costela com batatas!


Junto da troca da hash brown, pedi ao garçom uma água com gás também, que até hoje deve estar me esperando em algum lugar lá. Terminamos de comer e passaram-se 10, 20, 25 minutos e a batata não havia retornado. Nesse meio tempo, tentamos falar com os garçons sobre isso, mas a confusão no serviço se tornava falta de atenção. Até que um deles resolveu nos trazer o cardápio de sobremesas, e já ouviu tudo o que tinha acontecido (falado pela 3a vez para a 3a pessoa diferente), e mandei cancelar a hash brown; Pedimos duas sobremesas, a Cá o clássico devil's food cake e eu o meu preferido cheesecake. Mais uma vez, o vale se tornou um pico: o bolo, enorme, macio, na textura certa, bem acompanhado por uma cobertura morna de chocolate amargo com uma bola de sorvete de creme foi uma ótima opção, enquanto o cheesecake, refrescante por conta de um toque de limão siciliano em seu recheio, fazia sua parte com louvor.


Na hora da conta, outro vale: além da demora para conseguir pedir a conta, ela veio constando as hash browns canceladas; bola fora da equipe de garçons, corrigida com muita simpatia pelo rapaz que nos trouxe a conta, no que talvez foi o ponto alto do serviço (pena que tanta simpatia só apareceu realmente no final do almoço). A salgada conta apresentada não era nenhum absurdo, contando entrada e sobremesas, mas, se você pensa em gastar pouco com culinária americana, a melhor opção hoje em dia é o Burger King, visto que nem o KFC é barato. Da experiência no 210 Diner, ficam os vales marcados com mais intensidade que os picos, e a vontade de aprender a defumar carne para conseguir fazer um bacon daqueles... Ah, o bacon.....

D.

Skye - Unique

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Que o Unique é um hotel categoria "desbunde" aqui em SP, todo mundo ja sabe, mas, eu ainda não tinha tido oportunidade de conhecer seu restaurante, o Skye.

A vista deve ser exuberante, digo, deve, porque não tive vista nenhuma... O elevador panoramico que vai até a cobertura, passa entre a coluna do proprio prédio e ja lá do alto, de noite, se vê algumas poucas luzes. Talvez do outro lado pudessemos apreciar melhor a vista, mas não foi o caso, até porque, no dia, uma segunda de carnaval, o céu estava um pouco encoberto.

Chegamos e depois de um tempinho apareceu a recepcionista (não elevo ela a categoria de hostess, desatenta) e logo nos bombardeou: "Vão jantar ou ficar no bar?"

1) não conheço o cardápio, como eu ia saber o que eu ia fazer? Acho que ela deveria ter sugerido, sabe aquelas baboseiras que gostamos de ouvir? "Ah, hoje a vista no bar está linda" ou "hoje nossos pratos estão fantásticos".

2) Também senti assim: Bar = jovem que vem beber agua e se marcar no FB. Jantar = pessoa com dinheiro.

Sim, como já é esperado, é um lugar caro, pelo menos para nós, os classe média. Um prato individual qualquer não sai por menos de R$ 60,00 (fora a pizza broto por R$ 40,00).

O local realmente é bonito, mas demos um azar danado e ficamos nessas mesas a esquerda da foto (optamos jantar), completamente desconfortáveis para quem mede menos de 2mt de altura... Cadeira extremamente alta, vc tem que ficar se empurrando para a frente com a bunda, sabe como é? Dando aqueles pulinhos barulhentos que vc torce para ninguem ter ouvido o "Tum-tum-tum" da cadeira no chão.

Ah, isso sem falar a distância que vc fica da outra pessoa, bem dificil de conversar.



Apesar de muito eclético, achei o cardápio fraco... não sei se estou mal acostumada com as 140 opções do restaurante Madalena ou se estou ficando aborrecida com cardápios que trazem mais opções de sushi que qualquer outra coisa...

Após passar pela recepção o atendimento foi muito prestativo, naquele esquema que nós gostamos, que ficam repondo as bebidas sem ficar precisando pedir "mais uma água por favor".

Eu li e reli o cardápio e acabei no "Risoto PF" - risoto com feijão, queijo coalho e carne seca, acompanhado de banana empanada na castanha de caju (estava fria e murcha, apesar de saborosa), ovinhos de codorna fritos, farofa de sei lá o que (não me lembro mesmo) e couve frita (está na moda). O prato belissimo, assim como todos que vi chegando em outras mesas, bem montado, saborosissimo!

O Di pediu um magret de pato cozido em baixa temperatura, acompanhado de purê de batata doce, pupunha ao molho de pimenta verde e uvas passas maceradas. O pato chegou na textura, temperatura e ponto perfeitos, com um ótimo purê, mas as uvas passas maceradas passaram muito longe. Extremamente cuidadoso na concepção do seu carápio, o chef Emmanuel Bassoleil deveria pensar em alguns pratos que se tornassem visualmente mais atrativos em um ambiente de tão pouca luz quanto o Skye. O Magret de pato, apesar de delicioso, não era nada apresentável por ser um prato essencialmente escuro. 

O ambiente era tão escuro que foi impossível a câmera do celular registrar qualquer foto, e não queríamos incomodar aos visitantes com nosso flash muito forte. 

Fim de jogo e depois de uma salgada conta (típica da "alta gastronomia paulistana", que preza mais pelos valores do que pelos pratos), optamos por, ao invés da pequena carta de sobremesas do local, sairmos para o já tradicional sorvete da Ofner, desta vez, estranhamente vazia, mesmo se tratando de uma véspera de feriado...