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Vila das Meninas e o arroz de puta rica

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Sexta passada o Di me levou para jantar no Vila das Meninas, um restaurantezinho (bem) escondido em Pinheiros.

Para quem já conhece o Ruela (eu por exemplo) ele não traz grandes novidades no ambiente: uma portinha diminuta para entrar, um longo corredor a céu aberto a percorrer, terminando numa casa antiga com mesinhas rodeando a porta de entrada sob arvores e luzes indiretas.

La dentro o clima é bem de sala de casa mesmo, mas tudo muito bem arrumado e confortável. Com poucas mesas, ou se chega cedo ou se faz uma reserva, ele é bem concorrido.

O cardápio é bem longo, mas por ter historias e curiosidades no meio dele, pois de pratos mesmo, há poucas opções e algumas meio frustrantes e caras, como o “bife com fritas” a R$ 40,00.

O atendimento tenta seguir a linha descontraída dos restaurantes “neighbors”, mas honestamente isso me irritou um pouco, a cada 2 minutos alguém perguntando se estávamos gostando dos pratos, mas, eram relapsos a só 1 garçonete saber fazer um cosmopolitan e esquecerem de levar uma água com gás à mesa.

Bom, mas nem tudo foi ruim, claro. Eles deixam água sem gás como cortesia na mesa (poderia estar gelada) e dão um pequeno mimo de entrada, no caso foi um purê de mandioquinha com filé mignon e molho de beterraba. Muito gostoso e com cara de ser teste para um novo prato.



De entrada eu e o Di pedimos mini hambúrgueres com chantilly de dijon. O hambúrguer (carne) estava ótimo, mas o pãozinho meio seco e o tal do chantilly passou longe... parecia mostarda misturada com creme de leite e só.



Como prato principal o Di pediu Beef Ishiyaki, vulgo, picanha na pedra. A apresentação do prato é ótima: pedaços de carne sobre uma pedra fervendo de tão quente e bastante aspargo fresco desfiado. A carne vem crua e o cliente vai tostando na pedra quente ao seu gosto. Problema quando a mesa do seu lado pede o mesmo prato... você fica envolto em fumaça.



Eu pedi o tal do “Arroz de Puta Rica” (foi a primeira rica que conheci, as que conheço são pobres e mal educadas). O tal arroz é tradicional das Minas Gerais, leva, além de arroz, claro, linguiça picadinha, lentilha e por ai vai, quanto mais “mexidão” mais rica é a puta. Nesse, repaginado, ia arroz selvagem também. Porém era acompanhado de kaftas nada mineiras, mas saborosas, e de farofa de feijão. Se é uma coisa que eu não consigo conceber é arroz com farofa, ok, questão de gosto, mas uma coisa seca (e a farofa estava bem seca, parecia farofa de saquinho da yoki) em cima de outra coisa seca não dá muito certo... melhor que servissem com um belo tutu. Mas o arroz estava bem temperado e gostoso.



De sobremesa o Di se deliciou com uma mousse de chocolate e maracujá (muito boas, mas não especiais) e eu, um sorbet de limão com manjericão, bastante refrescante.



Confesso que não voltaria lá com este mesmo cardápio que fomos apresentados, mas, não posso negar que o lugar é agradável, convidativo e que vale sim pelo menos uma visita.

www.viladasmeninas.com


ps. sou tão chique que meus pratos de casa são iguais aos do Vila das Meninas, porem, na cor preta. rs