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Beijupirá - Porto de Galinhas. 2 visitas, 2 óticas.

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Então que eu e o Di fomos em uma das unidades do Beijupirá e realmente foi uma experiencia agradável, divertida, saborosa e interessante.

Passado mais de um ano, retorno lá com a minha vó e voltar lá com uma pessoa tão diferente no que diz respeito a faixa etária, cultura, modo de agir, etc, faz a gente enxergar as coisas sob outra ótica.

1ª impressão dela: "Olha vó, vamos vir jantar aqui amanhã" e ela "Nossa, achei que aqui era um Centro de Macumba" - kkkkkkkkkkk. Vale dizer que minha vó não é assim tããããão idosa e sua impressão se deve ao fato do restaurante ser bem escondido no meio de folhagens e um pouco escuro na fachada, com algumas luzinhas coloridas.

Depois, notei a dificuldade dela com o cardápio... o ambiente é bastante escuro, com luz indireta e tals, quase que totalmente iluminado por velas... outro ponto, a diagramação do cardápio é despojada (leia "confusa"). Conclusão: eu tive que ler praticamente todo cardápio para ela e neste dia, devido a mesa que ficamos, também tive dificuldades com a leitura.


foto do site Beijupirá


Enfim chegaram à mesa os pratos, apetitosos como da outra vez e com seu toque criativo, porém sei lá, me pareceram menores e mais acanhados embora o preço salgadinho como sempre... Uma refeição com prato principal, 2 bebidas não alcoolicas e 2 sobremesas sai em média R$ 90,00/pax. 

Minha vó curtiu o prato dela, o Beijumanga, que trata-se de um filé de peixe grelhado com casquinha de gergelim, acompanhado de arroz de coco, farofinha de gengibre (que poderia vir bem mais - veio 1 colher!), banana caramelada (idem) e molho de manga (que ela deu para mim, hahaha). 


  http://www.acelerada.com.br/restaurante-beijupira/

O meu era um prato a base de camarões com molho de gorgonzola, arroz de goiaba e crisps de bacon. 10 camarões médios "medios-pequenos", dispostos lado a lado e frios. Arroz ok e a melhor parte do prato foi o molho de gorgonzola e o bacon. 





De sobremesa fomos de crepe de filhoses com sorvete de tapioca. Tudo impecável nesta sobremesa, a massa muito crocante, o sorvete delicioso! Porém, minha vó pediu mesmo por conta do tal mel de engenho que vinha sobre ela... depois minha vó deu umas resmungadas que o tal melado não era lá essas coisas, como ela comia em 1900 e bolinha... honestamente, aí ja não sei, mas acho mesmo que isso foi puro saudosismo. 


https://chitchatbabel.wordpress.com/2010/11/18/beijupira-porto-de-galinhaspe/


E também pedimos a cartanhola, uma versão da tradicional Cartola pernambucana - 



https://chitchatbabel.wordpress.com/2010/11/18/beijupira-porto-de-galinhaspe/


Essa sobremesa leva banana frita na manteiga de garrafa, uma 'modesta' fatia de queijo manteiga (que é maravilhoso, pena que não encontramos facilmente aqui pelas bandas do sudeste), e cobertura de canela e açucar. Para virar cartanhola, eles adicionaram farofa de castanha de caju,  mas tão fina, tão fina que ficou desagradável de comer... achei que viria uma espécie de xerém, mas não, na boca, parecia que estava mastigando areia...

Naquela noite, o atendimento deixou a desejar... o garçom estava bem desatento e nossos pratos demoraram.... eu não pagaria os 10%, mas não quis criar caso.

Vi inumeros casais pedindo apenas 1 prato e dividindo, já tinha visto isso acontecer na primeira vez... Sei lá, obvio que tal fato ocorre devido ao alto custo, talvez eles devessem repensar sua politica de preço, chegar num meio termo, onde o consumidor gastasse menos por cabeça, mas mais no total e se sentissem incentivados a pedir 2 pratos (por casal)... Porque você nota que é tão comum os casais dividirem um prato, que os garçons já tratam de forma natural (ok, ninguem tem nada com isso)... mas comercialmente falando, é uma perda de tempo, ocupam mesa, tempo de espera, serviço, etc... Fora que um prato mal dá para 1 pessoa com fome!!! 

Enfim, devaneios a parte... vale a pena? 

Se você quer comer uma comidinha de praia com toque moderno, gastando bastante dinheiro, vale. Caso você queira comer bem mesmo, aquela moqueca maneira, cheia de camarões, com dendê, leite de coco e lagosta, por metade do preço, aí a historia acontece em outros lugares...

:o*


Panetteria ZN e a Coxinhona

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Coxona? Coxinhona?
O que é uma refeição saudável e completa? Em tempos de patrulhas cada vez mais insistentes para uma "vida saudável", que muitas vezes deixa de lado pérolas da nossa gastronomia, nutricionistas, nutrólogos, endocrinologistas e afins concordam que um prato completo possui um equilíbrio entre gorduras (boas), carboidratos, proteínas, e vitaminas. E onde podemos encontrar tudo isso em apenas uma pequena bolinha pontuda, crocante por fora e macia por dentro, com tudo o que é necessário para a felicidade do ser humano? Em uma coxinha, claro! O típico salgado paulista (e desculpem os não bairristas, mas coxinha boa é a paulista mesmo!) ganhou uma versão superlativa, absurda, linda, maravilhosa e enorme em uma padaria da zona norte de São Paulo, a Panetteria ZN. Criada a partir de um erro de uma das cozinheiras da padaria, a coxinha gigante (coxona? Coxinhona?) teve repercussão à altura do seu tamanho graças à uma pequena matéria de jornal, que tornou famoso o "salgadinho" de 1,2kg e levou a Panetteria, já bem conhecida da região e movimentada, a ter filas de espera para mesas e gente da cidade toda, e até de outras cidades.
Acompanhados, como sempre, de nosso casal de desbravadores gastronômicos (Paulo e Mari), e com participações especiais de mais um casal de amigos, Fernando e Meire - ele um aficcionado por coxinha, com uniforme e tudo! - , fomos explorar o distante bairro do Mandaqui para ver o que essa coxinha enorme tem de bom, para fazer tanto sucesso, além do tamanho, e tivemos uma boa surpresa: a Panetteria não se resume à uma coxinha enorme; é uma ótima padaria, com muitas opções interessantes tanto em seu restaurante quanto no balcão.
Mas o foco era a tal da mega coxinha, então lá fomos nós experimentá-la. Pedimos duas coxinhas para 6 pessoas, o que se mostrou mais do que suficiente, mas notamos dois detalhes importantes, quase uma propaganda enganosa: a Panetteria se gaba de fritar as coxinhas na hora, o que não ocorreu no nosso caso (tanto que eles trouxeram à mesa em menos de 5 minutos, um tempo muito curto para uma fritura de tal magnitude), e vimos várias coxinhas prontas na estufa, no balcão da padaria. Ou seja, por conta do movimento, aquela coisa meio Bob's de "feito na hora" não existe mais. A segunda, e mais importante: talvez por conta do receio de encharcar a iguaria, deixando fritar por muito tempo, recebemos uma delas com o recheio frio, o que não incomodou em princípio, mas que não poderia ocorrer também. Só que as virtudes são maiores que os defeitos, então vamos à elas:
A rainha e seus súditos
A coxinha tem o que esperamos de um salgado desses: a crocância por fora, um farto recheio (nesse caso, de frango com requeijão), e uma massa saborosa, sem ser pesada demais (se você não levar em consideração que ela pesa mais de 1 kg!). A Panetteria propõe um desafio para quem tiver coragem: se você conseguir degustar a coxinha sozinho em menos de 10 minutos, ela sai de graça. Apesar do tamanho intimidador, vimos muitas pessoas tentando o desafio, com uma porcentagem enorme de sucesso: apenas duas ou três pessoas, em mais de dez que tentaram, desistiram pelo caminho. Havia, inclusive, um time de Rugbi na mesa ao lado, e, de forma ogra, quase todos conseguiram.
Só que o cardápio era muito simpático para ficarmos apenas nas coxinhas, então optamos por algumas sobremesas (1 por casal, assim todos conseguiriam comer depois da orgia gastronômica que foi encarar a coxinhona), e aí vem o grande destaque: todos os pedidos vieram idênticos às fotos do cardápio, um ponto positivo neste mundo chato de "imagens meramente ilustrativas".
Café Bis
A primeira sobremesa (na verdade, um drink de café), foi o Café Bis, uma bem-sucedida mistura de espresso, Bis, sorvete de creme e leite, decorado com calda de chocolate, um pequeno Bis e muito chantili. Doce, sem se tornar enjoativo, é o tipo de bebida que vale por mais de uma sobremesa, por seu tamanho.
A segunda sobremesa escolhida foi a Amarula dos Deuses: uma feliz combinação de Nutella, sorvete de creme, calda de chocolate e chantili, decorada com folhas de chocolate com um simpático copinho feito do mesmo doce, contendo uma dose de Amarula. Bem montada, poderia ter algo que remetesse mais à Amarula, além do pequeno shot no copinho, mesmo assim, elogiada por todos que a experimentaram.
A Panetteria, empolgada com o sucesso da super-mega-ultra-coxinha, resolveu inventar outras iguarias gigantes: o sonho ogro (que foi testado, mas ainda não está à venda), e o pão de queijo monstro, recheado com requeijão. Mas isso é conversa para outra visita, e outro texto! Por enquanto, na categoria "iguarias de Itu", a Coxinhona reina sozinha neste blog!

Amarula dos Deuses







Stolen "Aquático"

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Domingo fiz um pão e postei a foto nas clássicas redes sociais. Ficou tão bonito e tanta gente me pediu a receita que resolvi fazer um post aqui sobre ele. 

Enquanto eu preparo uma receita eu costumo fotografar, até como referencias futuras e particulares minhas, por isso aqui, tenho um passo a passo super ilustrado.

Eu realmente não sei como fui parar no blog ( Bigode de Chocolate ) onde achei essa receita, mas faz tempo que eu estava ensaiando para fazê-la... agora de férias tive tempo extra, foi quando descobri que ela é bem mais simples do que parece.

Bom, vamos lá: 

Ingredientes: 



  • 500 g de farinha de trigo
  • 50 ml de leite
  • 45 g de fermento fresco (3 tabletes)
  • 250 g de manteiga em temperatura ambiente
  • 3 ovos
  • 1 pitada de sal
  • 150 g de açucar refinado
  • 100 g de frutas cristalizadas picadas (usei 150gr porque gosto bastante)
  • 150 g de uvas-passas escuras (usei 150gr)
  • 100 g de amêndoas em laminas tostadas (usei 50gr apenas para colocar por cima)
  • 200 g açúcar de confeiteiro
  • Rum ou essencia de rum

  • Preparo:


    Dissolver os tabletes de fermento biológico no leite morno com 01 colher de sopa de açucar. Deixar descansar por 5min.

    Enquanto isso, peneire a farinha com a pitada de sal, e abra um buraco no meio. Bata levemente os ovos, jogue no buraco aberto no meio da farinha, junte a mistura de fermento e comece a misturar. Vá acrescentando aos poucos a manteiga e misture até obter uma massa homogenia. (eu acabei usando 1 tablete de 200gr e para facilitar a mistura, amoleci um pouco mais no micro ondas). *** Dica: tente fazer toda essa mistura numa bacia, por ir muita manteiga na massa, evita espalhar gordura por sua bancada de trabalho.  OBS> não coloque o açucar!






    Feita a mistura, pegue um pano de prato limpo, e coloque a bola de massa, dê um nó e leve a massa para crescer submersa em água fria até que ela boie. No blog original da receita, ele fala entre 15-30min, aqui levou 30min.



    Numa bancada enfarinhada, misture delicadamente as frutas e o açucar à massa. Não sove!!! Apenas misture o suficiente para homogenizar mais uma vez.




    Leve ao forno (coloquei sobre papel manteiga) numa forma GRANDE, porque o bichinho triplica de tamanho!
    Forno pré aquecido, 180o de 50-1h10. (aqui levou 1hora).

    Após esfriar levemente, prepare a calda com o açucar de confeiteiro e algumas colheres de rum, ou, como eu fiz, algumas colheres de água, até formar uma pasta e gotas de essencia. Cubra o Stolen e antes que a calda seque, jogue as amendoas tostadas em lâminas.


    No Blog Bigode de Chocolate, diz que, se bem embalado em aluminio ou filme plastico, o Stolen dura cerca de 2 semanas.... aqui durou 3 dias rs. Bom, mas é otimo saber que é possivel fazer "de véspera".

    O Stolen é um pão alemão muito servido no Natal, como o nosso tradicional panetone. Eu gostei muito desse metodo de crescimento 'aquatico', achei que dá um sabor e uma textura diferente à massa. Irresistivel!!!

    Espero que tenham sucesso!

    Gordo Lanches - Pura Gordice

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    Uma bela noite, daquelas frias, convidativas para uma sopinha ou um fondue, tive eu uma vontade louca de comer cachorro quente!


    Nós adoramos fazer "hót dóg" em casa, super caprichamos, com direito a vinagrete caseiro, cheddar com alho, cebola caramelizada no shoyu, cubinhos de bacon crocantes, mostarda alemã, batatinha palha fininha, etc, etc, etc... mas, neste dia, enfim, não ia dar para fazer em casa.

    E, comer cachorro quente nessas lanchonetes metidas a besta não dá.... é pedir p/ pagar R$ 18,00 num pão seco, uma (como diria meu pai) salCHicha esturricada com umas 3 fatias de muçarela derretidas por cima... desanimo...

    E o Di, sempre ele, então achou o local para matar qualquer vontade do verdadeiro Dogão as 21h! Gordo Lanches - 

    O local é simpléééérrimo, mas, limpinho e honesto, o cardápio tem 2 páginas, uma com porçoes e lanches e outra com bebidas e nada mais. Os lanches são basicamente o hamburguer e suas variações (com bacon, sem bacon, grande, pequeno), lanche de calabresa e o cachorro quente. Como porções, temos as fritas também com algumas varições, coxinhas, bolinhas de queijo etc. 

    O preço, hiperbacana para o serviço e produto; e sim, mata qualquer vontade daquele dogão de towner prensado!


    Porção de Fritas com cheddar e bacon: R$ 15,00 - o queijo muito "food service", pode melhorar
    Hot dog: R$ 8,00 - completo, c/ creme de cebola, ervilha, milho, maio, batata palha, etc - prensado, delicia!

     Hamburguer, não pedimos, mas vimos, é fiel à foto




    Royal Sweet - Doces para a realeza de São Bernardo

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    Acho que todo mundo sabe aquela vontade que dá de um docinho após o almoço, né?

    E aquela vontade maior ainda quando é um sábado à tarde? Pois bem... no meio dessa onda engordativa e na busca por um docinho; finalmente lembramos de ir na Royal Sweet onde poderiamos unir algumas delicias: espaço agradável, café e doce!



    Chegando lá, o espaço é indiscutivelmente uma delicia; mas a vitrine é o primeiro ponto negativo... acho que quando se precisa explicar muito alguma coisa, quer dizer que algo "não está certo". 



    Havia uma vitrine super pequenininha, os doces lindos, é verdade, mas não era nem de longe o que eu esperava para uma doceria. Logo veio a atendente hiper simpática explicar o conceito: como os doces são artesanais, são feitos em pequenas quantidades e diariamente... Hum... ok, valorizo essa coisa do artesanal e do diário, mas sei lá, de uns 8 tipos de doces que tinha na vitrine, pelo menos 4 eram recheados de banana... :/ Então, só aí, já se matou 50% da variedade... Eu e o Di, indecisos de plantão, ficamos indecisos por falta de opção.



    Opção de Bomba (ou Eclair) de banana com chocolate belga - Callebaut

    Pensei um pouquinho sem entusiasmo e pedi com um olho 'no gato e outro no peixe' uma mousse de chocolate recheada com creme de jabuticaba e uns crocantes em volta. 




    O Di pediu uma mousse bem parecida, mas o recheio era de cupuaçu e um espresso.



    Por que um olho no gato e outro no peixe? 
    Se tem uma coisa que sou chata (ok, dentre outras coisas mais) é Direitos do Consumidor e uma coisa que eu não vi por lá, mencionado em nenhum lugar foi preço... preço de nada. A atendente simpática, lá do começo, explica doce por doce pacientemente, o que por um lado é legal, por outro é chato, porque se chega outro cliente, fica na "fila de espera" do recital dos sabores dos doces, mas ela em momento nenhum fala dos valores dos mesmos, dos cafés, etc. 

    A mousse (ou as mousses) estavam ok, diria que a parte do chocolote estava deliciosa, bastante saborosa, com a apresentação linda, um ótimo tamanho, mas como sempre, eu esperava que estivessem mais geladas. Aliás, bem mais geladas... O recheio de jabuticaba estava com o sabor gostoso, apesar de muito delicado,mas tinha textura de "gelatina de mocotó", muito consistente, saindo de forma separada do doce, não sendo homogêneo na garfada. Já o de cupuaçu, era recheado com geleia, saborosa também, mas não parecia feita no local.

    Na hora da conta, aguardamos para nos surpreender; quanto custariam os doces?

    Total da conta R$ 32,00.

    Achamos caro; contando que um espresso por aí está na média de R$ 5,00; cada doce saiu por R$ 13,50!

    Se a gente volta? Diria que o preço é desencorajador... talvez num dia inspirado para dar uma nova chance ao local; porque é dos locais que merecem uma segunda nota.

    https://www.facebook.com/royalsweetconfeitaria

    Samosas em boa companhia!

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    Completando mais um mês de casados (o 5º de muitos vindouros!), decidimos sair para comemorar e jantarmos em algum lugar diferente. Entre várias sugestões que eu havia pensando, a Cá se saiu com uma ótima idéia: por que não ir em um restaurante indiano? Temos uma certa fascinação pelas especiarias, receitas diferentes, aromas e visuais da culinária do país das vacas sagradas, ainda mais após uma viagem para as ilhas Maurício, segunda maior comunidade hindu após a Índia, de onde trouxemos quilos e quilos de temperos nas malas.
    Nossa primeira opção era o já conhecido Tandoori, de ótimas experiências anteriores e fácil localização para nós, sãobernardenses, mas, pesquisando um pouco, chegamos ao Samosa & Company, mais próximo ainda de casa, mais intimista e tradicional. Os proprietários, Vijay Bavaskar e sua esposa (e chef) Deepali Bavaskar fazem da pequena casa com indumentárias orientais e mesas simples uma grande surpresa.

    As famosas Samosas!
    Ao chegarmos, o pequeno salão estava lotado, o que nos levou a sentar em uma mesa do lado externo do restaurante (no pequeno pátio próximo à calçada, o que é uma ótima opção para os dias de calor intenso, que era o caso). Fomos atendidos pelo simpático e prestativo garçom, claramente estrangeiro (com pouca familiaridade com o português, mas mesmo assim ainda mais correto que muitas das obscenidades que ouvimos com a nossa língua causadas por operadores de telemarketing), que parecia estar revoltado com a mesa ao nosso lado (na qual havia um casal de indianos realmente estranho), e pedimos duas entradas para iniciar a noite: as famosas Samosas (que dão nome ao restaurante, afinal), e o Pickles de limão com especiarias (escrito dessa forma no cardápio). Nossas surpresas começaram com a Samosa, uma ótima combinação de uvas passas, ervilhas, batatas e especiarias em massa crocante e sequinha, acompanhada por dois chutneys sensacionais: tâmara e hortelã. A conserva de limão, com a fruta curtida por mais de um ano em uma mistura de temperos, é aromática e picante, vem no tamanho certo, pois tem um sabor predominantemente salgado que, se em excesso, estragaria seu paladar para o resto do jantar.
    Butter Chicken, Navratan Korma, Arroz Basmati e Tawa Nan
    Para os pratos principais, minha opção foi o vegetariano (para espanto da Cá) Navratan Korma, um prato de frutas grelhadas, legumes e castanhas com um aveludado molho de nozes e coco; as "nove jóias" (tradução para o nome do prato) ficam bem evidentes mesmo com o forte sabor do molho. Um curry pouco picante e deliciosamente agridoce. Já a Cá escolheu o Butter Chicken, prato muito popular na Índia, que consiste em um frango tenro cozido na manteiga coberto por um picante molho de tomate, porém sem ser forte; de paladar equilibrado, extremamente macio e aromático. Junto dos pratos, claro, o tradicional pão indiano (o Nan), em versão exclusiva do restaurante: o Tawa Nan, um quentinho e macio pão feito de farinha de trigo branca fermentada com iogurte. Ao trazer os pratos, a garçonete (essa sim, brasileira), comentou com um ar de empolgação: "vocês deram sorte, porque normalmente ela não faz as porções desse tamanho, sempre são menores, ela deve estar inspirada!" Ficamos sem palavras: independente de qualquer coisa, porque uma funcionária falaria isso do próprio restaurante?? Só rindo mesmo...
    As sobremesas!
    O enxuto cardápio lista apenas duas sobremesas: o Gulab Jamun, dois bolinhos de leite em pó embebidos em calda de água de rosas - gostosos, mas que de surpreendente só houve a surpresa que o garçom nos proporcionou: trouxe um bolinho extra e sorvete para acompanhar! A segunda sobremesa merece um capítulo à parte: o surpreendente Galar Halwa, um doce com amêndoas e sorvete que é feito de cenoura cozida! O desfecho ideal para um jantar de muitas surpresas!
    Com a conta (que não trouxe nenhuma surpresa, e um gasto compatível com o que pedimos, nada absurdo, mas também nada baratinho), sentimos falta de apenas uma coisa: como um restaurante indiano, poderiam fazer o famoso café com chicória filtrado (sim, é comum na Índia e em regiões como Nova Orleans, nos EUA, utilizarem a raiz da chicória torrada e moída junto do café para intensificar o sabor dele).
    O Samosa & Company abre de quarta à domingo, em dois horários: almoço (12 às 15h) e jantar (19 às 22h30). Vale a visita, e não se esqueça que, por se tratar de um restaurante indiano, não fazem absolutamente nada com carne bovina, sagrada e intocável para eles.

    Madalena e o Jetta branco

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           O que um café em Santo André, uma cervejaria e um restaurante em São Bernardo tem em comum? Simples: os três não existem mais, assim como uma série de coisas muito boas, sem a grife de uma franquia (ou ser indicados pelo absolutamente "imparcial" júri da Veja ABC).
    Na região em que vivemos, famosa pelas indústrias automotivas, metalúrgicas, sindicatos e um certo ex-presidente (que nunca saberemos se faz um joinha ou um hang loose....), o crescimento demográfico absurdo e o aumento da renda da população criou uma série de novas oportunidades de entretenimento, seja gastronômico ou não. Em menos de 5 anos, vários shoppings (com suas praças de alimentação pasteurizadas) foram reformados e /ou construídos, para serem aproveitados por cidadãos que residem em verdadeiros clubes em forma de condomínios.
    Vendo este panorama, nada mais certo que apostar na criação de algo de alto nível (um lugar de alto nível não significa um restaurante caro e cheio de frescuras), para satisfazer este público, certo? Não. Infelizmente, no túmulo do samba conhecido como ABC Paulista, o status de ir à algum lugar da moda ainda é muito mais importante que a qualidade dos serviços prestados por este local.
    Citei 3 exemplos no começo do texto, que podem ilustrar muito bem essa idéia. Comecemos pelo mais antigo: O Madame Tussaud Microcervejaria. Um bar simples, com ótimos pratos/petiscos e que tinha como grande diferencial a excelente cerveja produzida lá mesmo, pelas simpáticas proprietárias, que estavam anos-luz à frente destas cervejas "artesanais" que se tornaram famosas nos últimos tempos. Bem localizado, ao lado da mais badalada avenida de SBC (a Av. Kennedy), o Madame durou quase 10 anos, sempre vazio, com uma frequência assídua de pessoas (poucas) que se tornaram amigas das proprietárias, e que faziam a propaganda na base do boca-a-boca para os amigos, que iam conhecer o local e adoravam, mas não retornavam o tempo todo. Você pode falar que foi falta de divulgação; ok, falaremos sobre isso mais para a frente.
    O segundo exemplo é um dos ótimos cafés que tivemos a oportunidade de conhecer: o Café Bandeiras.

    Em um local nobre de Santo André, em uma travessa da rua mais badalada da cidade (a Rua das Figueiras), próximo ao restaurante que é venerado como o melhor restaurante da região – e também do mundo, da Via Láctea, da História e do bairro Jardim - pelo júri da Veja ABC (o enfadonho Baby Beef), com um cardápio enxuto, mas extremamente bem feito, o café durou pouquíssimo tempo, até ser vendido para um rapaz que, em associação com uma barista, o transformou no Royalle Café (que também durou pouco, e cedeu lugar para um pub bizarríssimo). Foi, nessa fase, inclusive indicado para a Veja ABC, apesar da pouca propaganda. Mais uma vez, pode se falar sobre a falta de divulgação.
    Para finalizar os exemplos, o

    mais recente e doloroso: o restaurante Madalena. O proprietário e chef Valter Pereira tinha uma proposta de comida contemporânea brasileira como poucos restaurantes no Brasil fazem: alta gastronomia, preços acessíveis e pratos muito bem servidos. Em um ponto mais escondido de SBC, mas nem por isso inacessível, o Madalena durou alguns anos com mais acertos que erros, até fechar as portas no fim do ano passado, por conta da queda de movimento. Falta de propaganda também, você pode argumentar.
    O fato é que como contraponto disso tudo acima, os "pseudo-australianos" da vida (restaurantes de redes conhecidas, com preços altíssimos e filas idem) continuam absurdamente lotados, diariamente, em SP, por moradores do ABC, enquanto restaurantes melhores, localizados do outro lado da rua, ou na esquina de casa, sobrevivem às moscas. Casas como o Starbucks (nada contra, muito pelo contrário - e também não há propagandas deles) vivem cheias dentro de shoppings, enquanto cafés muito melhores, como o Bandeiras, fecham por falta de público. Quantos anúncios do The Fifties você viu na TV na sua vida? Então porque ele tem muito mais ocupação de mesas que a Sanduicheria Petrópolis em SBC, que é melhor e mais barata, e faz tanta propaganda quanto a lanchonete pseudo-americana dos anos 50? Porque não criar um ponto de referência em SBC para que o público de SP venha para cá, ao invés do contrário? Será a propaganda, ou a falta dela, a vilã da história? Não creio nisso.
    Deslumbramento
    Enquanto isso, o sãobernardense (e o andreense, e o sãocaetanense) emergente, sai com seu Jetta Branco (pela ótima definição do professor e sommelier Rick Anson: o "carro do deslumbrado") até Moema ou Itaim, e prefere pagar mais caro, se estressar no trânsito, ganhar um token de fila de espera, deixar o carro com o manobrista, porque dessa forma ele vê e é visto, se destaca no meio dos amigos falando que frequenta esse e aquele lugar em SP.
    Enquanto a visão provinciana que domina grande parte da população da região e a imbecilização do povo, que tem preguiça de pesquisar locais diferentes e arriscar coisas novas pelo ABC, o mundo da gastronomia nas 3 cidades vai sempre ficar refém das grandes praças de alimentação dos shoppings e dos restaurantes que se vangloriam de serem "premiados" por uma revista que nunca sai do óbvio (por motivo$ que é melhor não comentar).
          Sabemos o quanto é complicado, gerir um negócio, ainda mais neste ramo, e para este público, mas ao mesmo tempo é gratificante. E ,no fim das contas, quem arriscaria ter um restaurante, café, pizzaria, ou outros, com um algum conceito diferente que dá tão certo em SP, aqui na região? Ninguém gosta de rasgar dinheiro, e por isso as opções nunca surgem. Os poucos loucos e apaixonados pelo que fazem que se arriscam, deveriam ter uma estátua em praça pública só pela iniciativa. Um círculo vicioso que nunca se rompe: não abrir algo diferente por não ter clientes pelos motivos acima, mas ao mesmo tempo, não se arriscar em um novo negócio faz com que essa cultura nunca mude. Em tempos de cebolas gigantes e chefs que gostam de servir arroz com feijão por quase R$ 100,00 por pessoa, abrir os olhos do povo parece algo impossível, e exatamente por isso temos de reverenciar os que tentaram, e ainda tentam. Obrigado Valter (e a todos os outros citados, entre vários outros locais que já fecharam ou estão em via de baixar as portas por conta do baixo movimento) por ter insistido em sair da mesmice com suas idéias diferentes, serviço impecável e cardápio excelente. Torcemos por um mundo (na verdade, um ABC) com mais Madalenas e menos Outbacks e Jettas Brancos.

    Garimpando o Interior de Minas... mas em São Paulo!

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    Eeeeeeeee pessoal, de volta!

    Casamos, felizes, lindos, radiantes!
    Lua de mel MARA!

    Então, só poderíamos retomar nosso blog, em outro post gordinho e gostoso!

    VIVA 2014!

    Nossos amigos queridissimos e agora, padrinhos de casamento, Enrico e Tiago, nos convidaram para um almoço no domingo. Nem questionamos o local, sabiamos que seria uma delicia, fomos "de olhos fechados".

    Logo de cara, que lugar fofo!
    Tudo fofo, entrada fofa, mesas, cadeira, vasos, quadros, enfeites pendurados pelo corredor... Isso sem falar na recepção... a gente se sente abraçado pela vó lá do interior de Minas de tanta simpatia! E simpatia real, espontânea, de graça, cativante, não aquela coisa forçada e mecânica dos "BBQ´s" americanos.

    O cardápio é simples, sucinto, mas tem tudo o que um restaurante de comida mineira precisa ter. Além disso a garçonete (ou gerente, ou dona, não sei), também trazia na ponta da lingua mais uns 3 ou 4 pratos como novidade. Tudo bem explicadinho, para não ficar duvidas... ou, deixar mais duvidas, né?!

    Como se já não bastasse as delícias do cardápio, agora tinhamos mais algumas opções "avulsas" rs.

    Depois de muita conversa e quase um "dois ou um" para decidirmos os pratos, optamos por:












    Pasteis de Angu de carne e queijo - porção de tamanho excelente, de pasteizinhos de massa de fubá. Quentinhos, crocantes... dava p/ ficar ali a tarde toda tomando cerveja, conversando e comendo só isso!



    Mesa linda, mesa farta! 

    Veio desfilar na nossa mesa, o Caipirão - frango caipira, ensopado com quiabo, acompanhado de arroz branco, quibebe e couve manteiga crua. E sem fazer feio, a costela "sem nome", que não estava no cardápio, cozida e servida molhadinha em seu proprio caldo (neste momento minha boca enche d´água), com arroz também em seu molho, feijão preto, couve e farofinha...

    Pensem numa palavra... eu só consigo pensar em "Hummmm".

    Tudo bem feito, temperadinho, as carnes macias, bonito de se ver! E comemos, comemos, comemos... E alí no Garimpos o tempo para, tal qual em Minas (para o azar da fila que se forma na porta) , e a conversa rende... e a comida se multiplica nas cumbucas!

    Para acompanhar, pedi a Alma Mineira - cachaça, limão
    cravo, manjericão e capim limão. Para mim, um pouco forte (não costumo beber cachaça), mas nada que um gelo não resolvesse! rs

    Apesar de hiper satisfeitos, não poderiamos dispensar a sobremesa né?

    Então dividimos a porção maravilhosa de churros, feitos com massa de farinha de milho, acompanhados do autentico doce de leite mineirin e do sempre saboroso melaço de cana. Chegam a mesa quentinhos, polvilhados de açucar e canela!



    Para finalizar, o que seria de um belo almoço mineiro sem um bom cafezinho para fechar?





    Eis que vem à nossa mesa essa lindeza, fiquei apaixonada! Uma base, com a canequinha de metal, colocada abaixo de um suporte com o coador de pano, açucar mascavo e cristal e em outro recipiente, uma dose já certinha do pó que será utilizada. Logo chega o charmoso bule com água quente e assim, você, coloca o pó no seu "personal coador" e passa seu café alí na mesa e fica se deliciando com o aroma do café fresquinho, passado na hora, enquanto se diverte vendo o liquido cair na xicarazinha!

    Enfim, só pontos altos, do inicio ao fim! 

    Isso sim eu digo, é um restaurante de comida mineira! Você sai abraçado no estômago e no coração!


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    Tel. 3862-9345