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Hamburguer do Seu Oswaldo e o Avatar

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Você já deve ter assistido Avatar, não? Aquele filme dos Na'vi, humanoides azuis gigantes (que parecem um cruzamento de ThunderCats com Smurfs), que veneram uma árvore e vivem em um ecossistema que foi ameaçado pela ambição humana? Ok, então você vai entender bem o que vou falar adiante.


Antes de se perguntar porque falar de cinema em um blog de gastronomia, ou o que um boteco/lanchonete na R. Bom Pastor, no meio do bairro do Ipiranga (de onde ouviram um brado baixinho, mas retumbante, de um imperador com problemas intestinais), tem a ver com isso? Tudo!


Sabe quando todo mundo, imprensa, internet, povo, fala muito bem de uma coisa, você vai conhecê-la e tem uma enorme decepção, pois não é nem um décimo do que falam? Assim foi minha primeira (única, e espero que última) sessão de Avatar. E é assim que percebi o famoso Hambúrguer do Seu Oswaldo, lanchonete tradicional de SP com lanches que causam burburinho para todo lado. Acho que tenho um determinado conhecimento para falar de junkie food em geral, especialmente de hamburgueres. Também não sou do tipo de pessoa que precisa de luxo, pompa e tudo o mais para gostar de um lugar (o saudoso Madame Tussaud, o Toninho & Freitas e até o Madalena são provas disso); acredito que o grande motivo de você ir a um restaurante é a experiência gastronômica. É claro que fica muito legal quando você vê um prato bem apresentado, com ingredientes finos e toda aquela frescura em torno de você. Mas tem horas que nada é melhor que aquele cachorro quente daquele trailer de frente de uma faculdade, ou aquele pão na chapa de padaria.


E partindo disso, sem pensar em qualquer outra coisa que não seja o lanche que vai chegar à minha frente em pouco tempo, que começo a falar do Seu Oswaldo. Um tradicional reduto do Ipiranga, ampliado e reformado em 2008 (após o falecimento de seu proprietário), a lanchonete tem algumas peculiaridades interessantes: não aceita cartões, não tem telefone para contato, não serve porções de batatas fritas, tem "refresco" (solúvel) e suco de laranja (natural) e comete uma heresia no que é seu ponto mais famoso: todo hamburguer vem acompanhado de molho de tomate. Aí vem minha pergunta: você pega um prato de spaghetti à bolognesa e joga maionese, mostarda e um pouco de picles por cima? Ou, na hora de uma pizza, troca o molho da massa por batatas fritas? (que me desculpe o povo gaúcho, mas pizza com batatas fritas não dá!). Então deixe meu hamburguer em paz sem o molho de tomate! Cada qual no seu lugar, cada um no seu quadrado!


Em uma incursão pouco comum (pois não estava acompanhado da Cá, e sim do meu pai, pois foi idéia dele conhecermos o lugar em um dia após uma reunião lá perto, além de já ser bem tarde para almoçar em qualquer restaurante), lá fomos nós conhecer o lanche criado e difundido por uma pessoa com cara de poucos amigos (a foto do Seu Oswaldo na lanchonete mostra que ele era bem ranzinza), e fomos atendidos prontamente pelo Manoel, funcionário mais antigo da casa (com mais de 13 anos de lanchonete); Atencioso, anotou o pedido atrás do balcão e mandou imediatamente para o chapeiro, que depois de alguns minutos parado, pensando na vida, resolveu fazer nossos lanches. A minha escolha, um cheese-bacon com maionese sem molho de tomate, já começou torta: o lanche chegou com molho. A primeira reação do garçom foi levar de volta, corretamente, e o chapeiro parou para pensar no que fazer com o lanche. Ele cogitou tentar tirar o molho do lanche e servir novamente (e foi repreendido pelo Manoel), mas desistiu da ideia e fez um lanche novo.



Antes de falar dos defeitos, vamos elogiar as qualidades: é um lanche saboroso, honesto (o que você vê em fotos é exatamente o que eles fazem) e não muito caro (custa em torno de R$ 10,00. Mas, como já falei que vou citar os defeitos, vamos lá: o lanche é pequeno (não vi ninguém comer menos de dois lanches lá, e olhe que havia de tudo lá: pessoas de todos os gêneros, tamanhos, apetites e etc...), o que torna a incursão cara (afinal, você acaba gastando mais de 10 reais para comer mais de um lanche... o que seria resolvido se eles deixassem a teimosia de lado e servissem porções diversas de entrada); a forma de cálculo deles para adicionais nos lanches (você tem no cardápio, por exemplo, o cheese bacon, mas não tem um cheese bacon maionese, muito menos o valor para adicionar maionese; isto os garçons calculam de cabeça sem explicar para você - a não ser que questionados, como eu fiz) e o grande defeito: o molho de tomate. Por mais delicioso que seja, por mais gosto que dê ao lanche, é uma tremenda heresia; um ou outro lanche (como essas hamburguerias "premium" costumam fazer - e até o McDonalds já entrou nessa em lanches de série limitada), tudo bem, mas todos? Isso não se faz, seu Oswaldo!


No fim das contas, o hamburguer do Seu Oswaldo não é um lugar ruim, definitivamente, mas a expectativa se torna muito grande pela reputação, e isso estraga toda a experiência de ir lá. Não é um local que pode ser considerado um verdadeiro ponto turístico gastronômico de SP (mais uma vez: não pelo visual ou pelo ambiente; o Estadão pode ser considerado um ponto desse tipo, e tem o ambiente muito mais “boteco” que o seu Oswaldo). Minha sugestão: se estiver com vontade de comer um hamburguer naquela região, vá ao Zezinho ou para o A Chapa. É garantia de três coisas essenciais: batatas fritas, lanches maiores e, o principal: SEM MOLHO DE TOMATE. O hamburguer tem de ter seu sabor pela própria combinação carne-pão... E o resto é acessório. O Seu Oswaldo pode ter criado uma ótima receita de molho, mas pecou ao criar a dependência de seu lanche a isso. E Kìyevame para vocês!

D.

(o crédito das fotos é do hamburguer perfeito e do xfanaticos.com.br)

Em 3 minutos, pizza ou miojo? Lets Pizza!

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Eu e o Di estivemos conhecendo a costa Amalfitana no mês de junho...

Era um canto do planeta que eu sempre via naqueles programas de viagem e pensava “noooossa, um dia eu chego lá!”... E não é que esse dia chegou?! (Mais feliz ainda de ser com uma pessoa tão especial quanto o Di!).


A costa Amalfitana se localiza na Italia; são pequenas cidades coloridas, “penduradas” em enormes encostas rochosas, cheias de ruas estreitas perfumadas por uma profusão de pés de frutas cítricas.

Ficamos hospedados em Sorrento e claro, não poupamos esforços para descobrir a gastronomia local, mas, talvez a descoberta mais curiosa tenha sido no nosso ultimo dia de viagem, passando pela centésima vez de carro em frente a rodoviária da cidade: Lets Pizza.

Eu já tinha lido sobre ‘Lets Pizza’ em blogs de gastronomia, mas, até ai, não tinha como ir alem... Até que de longe avistei o caixote vermelho colocado num canto da rodoviária de Sorrento:


- Di, para, para, para!!!


Tadinho, ele não entendeu nada! rs


Claro, paramos e lá fomos nós descobrir “Lets Pizza”!


Lets Pizza se trata exatamente disso, um enorme caixote vermelho chamativo e cheio de curiosidade por todos os lados!

Num primeiro momento as pessoas ficam inibidas, mas experimente colocar 3 euros na maquina e escolher seu sabor preferido de pizza....... um montão de gente começará a cercar a maquina loucos para ver o que está acontecendo; com a gente não foi diferente!




Haviam 4 sabores para escolha, custando de 3 a 4,50 euros – muçarela (é com Ç mesmo, apesar de feio), marguerita, muçarela com presunto e outro que não me lembro...


Escolhemos a de presunto, clicamos o numero na maquina e... começou o show! RS


No lado esquerdo da máquina há um recipiente com farinha, assim que o pedido é selecionado, a maquina bate a massa. Acho que esse é grande diferencial de Lets Pizza, a massa é feita na hora! Nada de disquinhos semi prontos de pizza já com aquele molho seco em cima! Você pode ver essa etapa acontecendo diante dos olhos.

Logo em seguida, a massa vai para a parte central da maquina, agora sim, fechada, mas vc pode acompanhar o que acontece lá dentro através de um display que informa: o molho está sendo colocado, o recheio, etc.

Na fase seguinte, mais a direita, a pizza entra num forno giratório e começa a assar. Você pode ver as borbulhas se formando na massa, o queijo derretendo, a borda dourando... a fumacinha saindo! Tão divertido quanto apetitoso.

Por fim, a pizza desce para a parte inferior da maquina onde é colocada numa caixa de pizza para a retirada, tudo pronto em cerca de 3 minutos!


Vamos considerar que a pizza italiana é bem diferente da brasileira, não é ruim como a maioria das pessoas costuma dizer, é simplesmente diferente, mas, achei Lets Pizza uma das pizzas mais próximas do que estamos acostumados.

Massa fininha e crocante, molho e queijo.

No site www.letspizza.it vocês poderão assistir a um videozinho sobre a maquina e seu funcionamento (inclusive em seu interior), mas no youtube existem vários outros videozinhos de consumidores. Eu mesma filmei o funcionamento da maquina, é muito legal!

Agora com relação ao vídeo, no site, a caixa da pizza que sai tem tampa, a que compramos, não tinha, também não saíram talheres da máquina e a pizza não sai cortada... Ainda sim, vale muito a pena, um produto bom e relativamente barato, rápido e muito melhor que comprar amendoim nessas maquinnhas de venda...

Ah, vale dizer que a pizza individual italiana é grande.... algo em torno de 25-30cm de diâmetro.

Particularmente eu adorei a maquina, não vejo a hora que ela desembarque no Brasil, acho que daria muito certo!


Alguém quer investir?

:o)