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Eñe: o espanhol inconstante.

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Dia dos namorados e o Di, meu namorado, claro, me leva para jantar sem que eu saiba onde. Considerando que eu sou uma completa perdida qdo o assunto é “São Paulo”, só descobri mesmo onde iríamos jantar qdo ele parou na porta: Eñe.



“huuuummm” , as papilas gustativas ficaram logo contentes.

O restaurante estava com metade de sua ocupação, só atendendo clientes com reserva... Opa, espera aí... eu disse “Atendendo”?

Pois é, no curso sobre jornalismo publicitário aprendi que uma boa critica é feita depois de 2 ou 3 visitas ao mesmo local, em situações diferentes. Infelizmente isso não é sempre possível, as vezes por distancia, por preço, ou simplesmente pq não se anima a voltar.

E não é que foi o caso do Eñe que escorregou feio no atendimento desta vez? Chegamos e fomos conduzidos a mesa e... e... e... e nada na verdade. Um outro casal que chegou depois e sentou ao lado foi atendido bem antes. Até ficamos com aquela questão do “será que não fomos atendidos pq não pedimos vinho?” (sim, isso existe em muitos lugares, uma discriminação visível a quem não pede as bebidas ‘caras’). Mas até aí, não podia ser... o drink que eu pedi era tão caro qto o vinho na promoção que o casal pediu... aliás, muito saboro, uma mistura refrescante de vodka, limão e erva cidreira.

Apesar de termos saído p/ não nos estressarmos, já estávamos naquele ponto “Bom, se o garçom não vier na nossa mesa agora, vamos pedir a conta”. E por questão de 1min, o maitre viu nosso desapontamento, pegou o couvert que iria para outra mesa (que também tinha chegado depois), chamou a atenção do garçon e nos serviu. A partir daí o serviço melhorou, mas nem de longe foi tão prestativo quanto da primeira visita.

Menu fechado:
Passado os contratempos do inicio, fomos recebendo, em ordem:


- Tartar de vieiras: confesso que para mim foi uma tentativa, as vieiras picadinhas acompanhadas com redução de beterraba... Comida crua: negação numero 01 / Molho de beterraba: negação numero 02. Ainda sim dei uma boa garfada e num primeiro momento gostei, as vieiras estavam bem camufladas no suco de limão, mas depois não deu mesmo... essa textura de “cozinha que acabou o gás” não faz muito meu estilo. Porém, gostei do molho de beterraba (e eu detesto beterraba), não estava com aquele gosto característico de terra, levemente adocicado.


- Crema de mandioquinha com caviar de sagu: agora o teste foi para o Di, que detesta sopas. Mas o creme de mandioquinha estava tão bom, tão saboroso, super cremoso e aveludado na boca, que ele conseguiu tomar todinho! Ou seja, estava realmente muito bom. Mas, completamente dispensável o tal do caviar de sagu. Não sei de quem foi a brilhante idéia de fazer caviar de sagu, de quiabo e não duvido que usem isopor... Ok, é cozinha moderna e molecular, mas peraí... sagu? (ok, confesso, fiz isso na faculdade... mas sagu é bom com vinho e canela!).


- Olhete com ceviche de sandia: o peixe estava ótimo, a tal da crosta “ok”... já experimentei coisas mais elaboradas que macarrão cabelo de anjo quebradinho em cima da carne, mas, pelo menos cumpria seu papel de crosta. Agora, a saladinha de melancia (sim, sandia é melancia, não sei pq não escreveram o cardápio todo em português), huuum, essa estava ótima. Talvez para os mais tradicionais, pensar em salada de melancia possa ser esquisito, mas vale a tentativa. E alem do paladar, foi uma ótima maneira de relembrar minha saladinha de melancia grelhada com flor de sal, delicia!


- Jarret com molho de pimenta verde e cogumelos: Para mim, uma boa carnívora de plantão, a parte alta do jantar. Macio, saboroso, levemente picante e super harmonizado com a cama de cogumelos paris. Separei as pimentinhas, mas seu sabor ficou na carne dando um toque primordial.


- Coca de chocolate com frutas vermelhas: uma massa fininha de um tipo de pão de ló de chocolate, recheado com uma ganache também de chocolate, acompanhado de um sorbet de frutas vermelhas. Todos impecáveis e com gosto de quero mais e mais e mais.

Saldo do jantar: apesar dos pratos saborosissimos, o serviço deixou a desejar, ou seja, acabou por apagar um pouco o brilho do restaurante.

Brinde de dia dos namorados: No mail marketing, no facebook e onde mais eles poderiam anunciar, estava lá “ganhe 02 perfumes de 50ml cada, Antonio Banderas, um feminino e outro masculino”. Na hora não reclamamos pelo simples fato que não tínhamos certeza, mas saímos de lá com 2 amostras de perfume de 1,5ml cada! Demorei a terminar este post, pois achava que o relacionamento do Eñe teria a capacidade de retornar um dos 5 emails que enviamos com esta reclamação... ate agora nada.



Se esse é o tratamento que o restaurante dispensa à clientes que gastam de R$ 400,00 p/ mais em um jantar... sinceramente, eles tem muito o que aprender qdo o assunto é o relacionamento com o cliente, especialemente depois que ele sai do estabelecimento e não é mais encantado com la magia de las ollas del Eñe.

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