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Carlota – Cozinha Multicultural (a quatro mãos e a quatro bocas)

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Fomos ao Carlota 2x. Quem conhece um pouco, sabe que é um restaurante super falado em SP (e no Brasil), dirigido pela chef Carla Pernambuco.

A primeira vez que estive lá eu ainda não escrevia sobre minhas aventuras gastronômicas e foi no inicio do blog, listando onde eu e o Di já tínhamos ido que percebemos uma coisa estranha... sabíamos que tínhamos jantado no Carlota, mas tínhamos pedido exatamente o que (alem do soufle de goiabada com calda de Catupiry)?.

Pois é, lapso total, não sabíamos o que tínhamos comido lá! Pura distração ou será que o tal Carlota não era assim tão brilhante, ou inesquecível?!

Acho que se passaram uns 2 anos desde a primeira visita ao restaurante e então fomos lá despretensiosamente com um casal de amigos (que topam todas as aventuras) num sábado ensolarado de inverno.

No meio de um dos bairros mais agradáveis de São Paulo, apesar dos moradores não gostarem de gente “diferenciada” circulando pela área, o Carlota, com suas duas casinhas unidas por conveniência, de visual aprazível, que ao mesmo tempo faz você se sentir no aconchego do lar da vovó e em um restaurante moderninho, lhe convida a lançar-se à esmiuçar as folhas do cardápio, cheio de fome e vontade.

Logo de cara, uma falha do serviço: apesar de muito simpático e prestativo, o staff de garçons é um tanto desatento, demorando a responder aos chamados e nunca muito próximos às mesas. Quanto à distância, tudo bem, todos gostamos de um pouco de privacidade e conforto, não precisam ficar ao lado da mesa, mas poderiam ser mais atenciosos.
Sem pedirmos entrada (apenas nos focando no simples, mas ótimo couvert de mesa, com pães, biscoitos de polvilho, manteiga, azeite de oliva com um toque de vinagre balsâmico e um ótimo creme de queijos), fomos direto aos pratos principais.




Texto escrito à quatro mãos, hora do assistente da chef blogueira assumir o teclado.

Damas primeiro: o prato da Cá era uma Milanesa de Filet com Strozzapreti ao limone (foto número 3). Muito apresentável, milanesa no ponto certinho, crocante por fora, macia por dentro, mas o Strozzapreti absolutamente insosso. Sem sal (!!!), com pouco gosto de limão, deixou muito a desejar. Já a Mari, pediu um Filet Mignon com crosta crocante, molho Blue Cheese com um Gateau de batatas (foto 2). Já um prato clássico do Carlota, muito bem executado, e, para os menos carnívoros (como a Mari), com a opção de ser cortado ao meio para se tornar bem-passado, e não ficar rosado. O Paulo pediu um Mignon de cordeiro grelhado com Ratatouille provençal e agnolotti de queijo de cabra (foto 1). Massa ótima, carne macia e benfeita (viva a gramática nova!), mas não inesquecível.




E neste momento você se pergunta: falta um quarto prato... onde está a descrição do seu prato? Pois é... mais uma vez, esquecemos o que comi. Sabemos que foi um pato com algum risoto (e cabe aqui uma explicação: sabemos os nomes dos outros pratos porque colamos do cardápio do site – www.carlota.com.br – que não tem mais o prato que escolhi, apenas um com um petit cassoulet, que não foi o caso), que estava muito bom na execução (o pato muito macio, perfeito), mas o risoto um pouco fraco.

Depois de uma 4ª visita (no meu caso, 2ª no da Cá) ao restaurante desta chef que conheci trabalhando (fiz um evento com ela em 2006), posso afirmar, com todo o respaldo da chef-blogueira-namorada que comanda este espaço: o Carlota é sim um ótimo restaurante, mas absolutamente esquecível. Uma experiência que não pode ser classificada como única, apenas como mais uma. Talvez o toque inesquecível do restaurante sejam realmente as sobremesas (que trocamos por um café na Suplicy do Itaim), nas quais a chef teve a felicidade de criar pérolas como o Soufle de Goiabada (que, depois de aprendido, você pode fazer em casa com facilidade e mais ao seu jeito – acho que o da Cá ficou infinitamente melhor que o de lá), o restaurante não deixa de ter seu charme, mas falta um “algo a mais” no Carlota. Um pouco mais de tempero no mix entre o trivial e o chique do cardápio.

Comment (1)

Visitei recentemente o restaurante Las Chicas, da mesma proprietária, que fica na Oscar Freire e tive exatamente as mesmas impressões, tanto no que se refere ao atendimento quanto ao cardápio. Comi um roastbeef com molho bluecheese acompanhado por batatas coradas que estava apenas "ok". Já a sobremesa, um pavê de coco com baba de moça, estava com o creme empelotado e a baba de moça na verdade se assemelhava a um beijinho mole, absolutamente nada especial... Sem contar que presenciei um dos garçons abraçando e beijando uma garçonete bem no momento em que ia solicitá-los a conta!!!
Bom, o restaurante tem realmente seu charme, mas na minha opinião o Las Chicas também carece de "um algo a mais". Uma pena!

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