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Itália Express e sua velocidade "expressa"

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Praça de alimentação de shopping. Só esta expressão já causa arrepios em muita gente. Filas, falta de mesas, barulho; tudo o que um gourmand não quer ter em sua refeição. Por outro lado, a praticidade, a velocidade dos pratos recebidos e os preços mais populares justificam a ida para alguma delas. É importante ressaltar que estamos falando do conceito clássico de praça de alimentação, não aqueles espaços gourmet cheios de frescuras e restaurantes do nível do Galeto´s, Outback, Almanara e outros. Estes sim, restaurantes dentro de shoppings, seguem à risca o mesmo que fazem em suas unidades de rua.

Existem duas máximas em praça de alimentação: Se ela está lotada e algum restaurante está vazio, não vá nele (tem algo errado), e, mais importante que isso (para guardar a vida toda): nunca, NUNCA vá em um restaurante que ofereça Torre de Chopp. Se precisam vender chopp de balde, realmente é porque não conseguem fazer nada direito para lucrar.

A época entre Natal e a virada do ano normalmente é uma das poucas épocas de paz no ABC. Pouco trânsito, pessoas viajando, enfim, um clima bem mais humano que o normal para sairmos de casa. E nesse clima, resolvi levar a Cá para conhecer o ParkShopping São Caetano, a mais nova empreitada do grupo Multiplan, praticamente a reinvenção do shopping Morumbi, só que em São Caetano do Sul, a cidade-ovo-de-codorna. Ledo engano que a paz das ruas se estendia para o “Mall” (como eles denominam). Caos, lotação em todos os cantos, gente mal-educada parando nas vagas reservadas (praticamente uma tradição no ABC) e praça de alimentação completamente tomada de gente. Dentre todas as lojas de sempre e algumas diferentes (viva! Temos frango do Kentucky perto de casa de novo!!!!), um acanhado restaurante italiano, com mesas dentro de sua área útil nos chamou a atenção: o Itália Express. De ambiente simpático, paredes com tijolinho à mostra e decoração simples, o local nos impressionou pelo cardápio curto, mas com opções muito variadas: pizzas, risotos, grelhados, saladas e panquecas. A Cá resolveu ir num PF chique, com filet mignon, fritas, arroz, feijão e salada, e eu optei por uma panqueca ao molho branco com arroz e fritas. A partir deste momento, acabam quaisquer chances de elogiar o lugar. Mais de 40 minutos de espera para chegarem pratos incompletos (faltando a salada), de aparência e realização extremamente simples (nada de mais), e em tamanho muito menor que o imaginado (pelo preço praticado). Não que os pratos estivessem ruins, mas pelo que gastamos, comeríamos melhor em qualquer padaria da região. Na cozinha e balcão, apenas uma garçonete trabalhava exaustivamente enquanto os outros pareciam não estar nem aí para a Hora do Brasil. Ela cobrava os pratos da cozinha, servia e tirava pedidos, brigava com as pessoas, mas não podia fazer milagre.
Terminados os pratos, a outra surpresa: uma mesa que chegou cerca de 10 minutos antes de sairmos, já estava sendo servida com pratos parecidíssimos com os nossos. Com isso, esperávamos, no mínimo, um pedido de desculpas da “dona” do lugar (uma senhora que estava tentando comandar o pessoal a partir do caixa), mas ela se manteve de cabeça baixa enquanto a garçonete, acanhada, pedia milhares de desculpas pela demora, justificando que o pessoal ainda está aprendendo. Só comentei que, se com casa vazia acontecia isso, não queria ve-los de casa cheia.
Um pouco antes de ir embora, a certeza de que o restaurante não é um lugar que valha a pena ir: o garçom começa a encher uma torre de chopp. Pronto! Era o que precisávamos para que o restaurante obedecesse os dois critérios mais relevantes da não-frequência. Sugestão: Se for ao ParkShopping, encare uma fila maior no McDonald´s, dispute uma mesa a tapa, fique na espera do Outback. Mas não tente ser esperto e ir no restaurante bonitinho italiano que está sempre vazio e serve torre de chopp. Há algo de muito errado com ele.

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