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Eñe e sua cordialidade

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postado originalmente em 08/03/10)

Quando se vê a letra Ñ (lê-se enhê) logo se lembra da língua espanhola… Uma letrinha de valor fonético igual ao nosso Nh representa de forma sucinta e direta a proposta do charmoso e sóbrio restaurante Eñe localizado na R. Dr. Mario Ferraz, 213 – Jd. Europa – SP/SP.

Como descrito em seu site (http://www.enerestaurante.com.br/), e observado logo em que se recebe o cardápio, o foco do Eñe são as tapas, uma representação simbólica e forte da culinária espanhola, quase tão lembrada em tempos atuais quanto a tradicional paella.

Para quem não conhece, as tapas são pequenas porções de comida para saborear individualmente. Um tradicional almoço espanhol pode oferecer em torno de 30 tapas (mini pratos), podendo incluir até 4 ou 5 sobremesas ao final. Porém, há quem defenda que tapas são apenas aquelas porções de comida próprias para se comer com as mãos, quase como a versão espanhola do recém descoberto “finger food”. Eu, particularmente defendo as tapas como essas comidinhas despretensiosas, mas riquíssimas (tanto em ingredientes como em sabor), próprias para serem consumidas como entradinhas ou servidas em festas (como nossos salgadinhos), pois, esta outra vertente que defende que tapas são apenas pequenas porções de alimento numa refeição super longa deveriam se atentar para o antigo e já existente “menu degustação”.

Enfim, voltando ao Eñe:

Depois de horas de indecisão de onde ir numa sexta feira a noite, resolvemos pelo Eñe e para lá fomos nós. Ele é um restaurante de esquina e tem porte entre pequeno e médio, mesas despojadas, porém, extremamente bem arrumadas. Suas cores predominantes são o cinza, do concreto aparente e o vermelho, presente em diversos detalhes. A cozinha segue a linha “cozinha vitrine”, onde é possível, através de uma parede de vidro acompanhar o vai e vem de poucos cozinheiros.

Na mesa azeite e flor de sal! Sim, a autentica e caríssima flor de sal, que eu e o Di não conseguíamos parar de colocar na boca para sentir sua crocancia. Um garçon passa de mesa em mesa com um cesto de pães caseiros e variados (o que eu mais gostei foi o de cebola) e outro serve pequenas porções de embutidos espanhóis, a base de porco, claro.

Na ocasião nem olhamos a carta de vinhos. O cardápio não é muito extenso (e poderia ter uma impressão melhorzinha), mas digamos que é “o suficiente”. A paella, vi na mesa ao lado, é bonita e bem servida (não tanto quanto da Dona Salete rs), mas escolhemos outros pratos: de tapa, “patatas bravas” e veio uma porção de cilindros pequeninos de batata frita (lembrando a smile) com um creme picante sobre elas, bem gostoso.

De prato principal, o Di escolheu magret com endivia caramelizada com vainilla y naranja e eu bife ancho com pupunha asado y jamon. Os dois pratos estavam perfeitos, meu bife ancho (bem passado) estava muito macio e o pupunha, que vinha desfiado, delicioso. Já o magret do Di estava ao ponto (bem rosada no centro), eu particularmente não gosto assim… mas a endivia… eu já conhecia caramelizada, mas com baunilha (fresca!!!) ficou incrivel!

Não pedimos sobremesa lá, alias, essa parte do cardápio deixou bem a desejar, encerramos com um nespresso acompanhado de biscoitinhos.

Na hora da conta, o vallet já estava incluso, muito pratico e na saída, o carro prontinho jos esperando na porta.

GERAL: A comida é de fato ótima, mas o serviço foi o que mais chamou atenção, desde cordialidade no atendimento, como água sendo reposta no copo sem precisarmos pedir (inclusive tendo os copos trocados) até essa simplicidade de pedirem o carro antes que saíssemos… nada que não pudessem falar que seria o mínimo num restaurante de alta gastronomia, mas que, a maioria nem pensa em oferecer esses pequenos mimos aos clientes.

Gostei, recomendo e volto com certeza.

Comment (1)

Parecia mágica do David Blaine... você olhava o copo, ele estava vazio, vc olhava de novo, já estava cheio!!!!!

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