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Hawaii Kona: Os microlotes chegaram à Nespresso

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     Em um mundo onde cada vez mais o café se torna um artigo de luxo, com marcas premium, máquinas cada vez mais sofisticadas, produtos caríssimos (O Jacu Coffee e o Kopi Luwak estão aí para confirmar isso), e muitos "entendidos" no assunto brotando sei lá de onde (como os sommeliers há alguns anos), uma coisa é consenso: uma das grandes culpadas (no bom sentido) por essa popularização de ótimos cafés é a Nestlé, com sua incrível maquina de fazer dinheiro chamada Nespresso.

     Sim, de fazer dinheiro, porque café ela faz muito bem, mas você já conseguiu comprar outra cápsula para a máquina que não seja original? Não? Então já aproveito para dizer: não prestam. Com o fim da patente do formato da cápsula, várias empresas fizeram cartuchos "compatíveis com o sistema Nespresso", como a NeSul (ótima idéia - uma cápsula reutilizável para você colocar o café que quiser - mas muito mal executada, não funciona), ou a Brown Coffee (com blends diferentes, intensidades diferentes, mas cápsulas de plástico que quebram dentro da máquina e te dão um trabalhão para limpar tudo por dentro depois), mas até como é quase impossível encontrar essas coisas no Brasil, vá de cápsulas originais mesmo.
Com a baixa dos preços recente das cápsulas (que enfim chegaram em um preço equiparável a um espresso em um bom café de SP), surge uma edição especial, cheia de pompa e brilho, com um valor bem alto (R$ 5,00 a cápsula), e limitadíssima: a Hawaii Kona. A Nespresso entrou na onda dos Microlotes: pequenas produções, poucas sacas comercializadas, normalmente premiadas pelo mundo afora, com características que se destacam - e muito - em relação aos produtores de grande escala, devido ao cuidado maior de seus criadores, condições de terroir (sim, isso é coisa de vinhos, mas se aplica ao café também), e torras diferenciadas.

O Hawaii Kona: embalagem refinada para uma reserva especial

     O Hawaii Kona é tão exclusivo, segundo a Nespresso, que cada associado do Club (o programa virtual de relacionamento deles) só pode comprar dois Sleeves (embalagem de 10 cápsulas), e mesmo nas lojas físicas, a venda é limitada. Com tudo isso, vem o pensamento que deve valer muito a pena comprar para experimentar este café, e então a pergunta é: vale?
Antes de responder, um pouco de história, para você que sempre achou que as ilhas só tinham coqueiros, colares de flores e surfistas: os cafés do Havaí (ou Hawaii, se preferirem) são considerados como alguns dos melhores do mundo; Em uma visita do então governador de Honolulu (a principal ilha havaiana), ao Brasil, encantado com o visual dos cafezais, resolveu levar 20 plantas para sua residência, para servir como ornamento em seu jardim, em 1813. Em 1840, um cafeeiro guatemalteca (sempre quis escrever essa palavra em um texto, nunca havia conseguido!) foi importado para o Havaí que alguns nativos perceberam o potencial e a qualidade do café da região, e entraram de cabeça na produção. Limitados até pelo espaço (afinal, moram em uma ilha), as produções sempre foram pequenas, e por isso, se especializaram nos chamados Microlotes.

     Alguns cafés da ilha de Molokai são verdadeiramente cultuados por baristas e cafeeiros, e nessa onda, a Nespresso resolveu utilizar uma produção local (e selecionando apenas os grãos Extra Fancy - maiores e mais bonitos grãos - , colhidos manualmente), utilizar uma torra diferenciada (em duas fases diferentes), e colocar o resultado disso, já moído, em uma cápsula prata, chamando de Hawaii Kona e limitando a produção. É um Grand Cru de intensidade 5, com notas de frutas secas, pouco amargor (devido ao processo de torrefação) e sabores duradouros, de acordo com a Nepresso.

     É uma atitude um pouco diferente das séries limitadas da empresa, pois os cafés sazonais deles tem um intervalo determinado entre seus lançamentos (por exemplo, o Crealto - última série limitada deste ano até então - ainda está à venda), talvez pensando no mercado americano (que, além de enorme, tem nesta época de Ação de Graças seu pico em vendas);
"R$ 5,00 por cápsula? Não veja isso, garota, é quase
pornográfico!"

   Enfim, vamos ao que interessa: vale a pena pagar R$ 50,00 para 10 cápsulas de cor prata, com apresentação bonitinha, de média intensidade e corpo (na tabela deles), que não vem com uma mini dançarina de Hula - daquelas de madeira, iguais a que o Pinguim Skipper se apaixona no Madagascar 2 -  ou um colar de flores junto? A resposta é não.
 


    Não se trata de falar mal do café, ou ignorar toda a história e qualidade dessa reserva especial da Nespresso, mas estamos falando em um sleeve que custa mais que o dobro de um Grand Cru tradicional deles, que já é mais adaptado ao paladar brasileiro (e ao bolso também), para um público que gosta de café, quer gastar dinheiro em ter algo de qualidade superior, mas não tem o discernimento necessário para saber o que são as "notas de frutas secas", por exemplo. Por curiosidade, se você tiver dinheiro sobrando, compre. É um bom café, na minha opinião ainda inferior à edições especiais como a NaOra ou a Onirio, mas que não vale a compra pelo seu alto custo; se você não tem pretensões de ser um verdadeiro barista, definitivamente não é um gasto que valha a pena.
     O Hawaii Kona não é, sem sombra de dúvida, o último biscoito do pacote, e não precisava ser tratado como tal. Quer conhecer o tão famoso café havaiano? Entre no http://www.mauicoffee.com/, compre (por um preço menor que o das cápsulas - comparando as quantidades de café) por cerca de 30 dolares (mais o envio), 500g de café puro 100% Kona, da forma que você quiser (eles moem em todos os formatos ou enviam em grão), para preparar do seu jeito e sem precisar da máquina. Definitivamente, o Hawaii Kona não se trata de uma bola fora da Nespresso, mas não foi o maior acerto deles.

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